Homenagem a Drazen Petrovic
 
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Homenagem a Drazen Petrovic

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“Há uma criança em Sibenik que será melhor que qualquer um de nós. Ele é um talento nascido que além disso tem vontade de trabalhar, é muito ambicioso e faz coisas surpreendentes. Chama-se Drazen Petrovic. Lembre-se deste nome"

Zoran "Moka" Slavnic, 1979

Outro dos destaques do início da época regular 2008-09 da Euroleague foi quando o Cibona jogou contra o Maccabi Tel Aviv em Zagred, os anfitriões prestaram homenagem ao ícone do basquetebol mundial na arena com o mesmo nome. O recente Drazen Petrovic era muito mais que uma lenda do basquetebol. Ele era (como um jornalista italiano o apelidou logo no inicio da sua carreira), “O Mozart do Basquetebol”. Era também um símbolo de orgulho croata que também foi adorado mundialmente. Um lançador incrível com uma série ilimitada e uma capacidade enorme de criar lançamentos, Petrovic marcava 40 ou mais pontos na Taça Europeia durante os anos 80. A sua capacidade de passe, liderança e uma determinação singular acrescentados à sua reputação, assim como a sua paixão e o trabalho moral e ético tornaram-no num dos melhores guardas do desporto.

A carreira longa de Petrovic conduziu o Cinona a vários títulos sucessivos na Europa em 1985 e 1986, tornando-se no primeiro europeu sem NCAA que treinou para se tornar na primeira escolha no Draft da NBA. O percurso dele terminou drasticamente à 15 anos num acidente de viação, deixando para trás a hipótese de conquistar 2 continentes, mas no dia seguinte ao qual faria 44 anos, a lenda de Petrovic mantém-se viva na Croácia e além fronteiras.

Nascido na cidade croata de Sibenik a 22 de Outubro de 1964, Petrovic seguiu as pegadas do irmão Aleksandar que também se tornou num jogador famoso e treinador de basquetebol. Depois de treinar horas sem fim com o irmão Aca, Drazen transferiu-se para o Clube de Basquetebol Sibenka com 13 anos de idade. Chocou imediatamente todos os treinadores com a capacidade de manuseamento da bola, Q.I. de basquetebol e o lançamento impressionante e a sua capaciadade de passe.

Antes de fazer 15 anos, Drazen estreou-se na equipa profissional de Sibenka. O amigo de toda a vida e futuro treinador Neven Spahija testemunhou o excelente trabalho moral desenvolvido por Drazen. Neven conta que Drazen era o primeiro a pisar o terreno de jogo às 7 horas da manhã para realizar 500 lançamentos e era o último a abandonar o treino. Dominou as competições das camadas jovens com 50 pontos por jogo, mostrando o porquê de aos 16 anos ser considerado o melhor jogador jovem da antiga Jugoslávia.

Treinado por outra lenda, Zoran “Moka” Slavnic, Petrovic era já o líder da equipa com apenas 17 anos de idade somando a média de 16.3 pontos por jogo no campeonato Jugoslavo e levando o pequeno Sibenka à final da Korac Cup na época de 1981-82. Incansável nos treinos, Petrovic evoluía a cada ano que passava. Aos 18 anos de idade, apesar de o Sibenka ter perdido novamente a Korac Cup, somou médias de 25.5 pontos por jogo e contra todos os prognósticos, venceu o Campeonato Jugoslavo efectuando um lançamento no último segundo depois de estarem a perder por 19 pontos.

Porém, na manhã seguinte, a Federação Jugoslava de Basquetebol desaprovaram os lançamentos de lance livre e ordenaram a repetição do jogo, jogo este que o Sibenka se recusou a jogar e foram entregues as medalhas à outra equipa.

Depois de ajudar a Jugoslávia a ganhar a medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos de 1984, Petrovic recusou ofertas milionárias para jogar ao lado do irmão Aca no Cibona. No primeiro jogo que realizou na Euroleague (contra o Real Madrid em Zagreb) marcou 44 pontos na vitória 99-90 sobre os Madrilenos.

Nem mostrou clemência contra o Sibenka marcando 56 pontos contra a equipa que o viu crescer como jogador. Cibona e Real Madrid iriam-se encontrar na final da Euroleague desse ano, onde Drazen cilindrou os da Capital Espanhol, marcando 36 pontos (26 deles no 3.º e 4.º períodos) e onde o Cibona venceu 87-78. Com a coroa continental veio outro jugoslavo. Entretanto o irmão Aca deixou o Cibona na época de 1985-86 e Drazen continuava a melhorar até 1986. Derrubava o Maccabi marcando 44 pontos, o Milão com 47, o Zalgiris com 40 e uns gritantes 48 e 20 frente ao Real Madrid. Porém talvez o melhor jogo da Euroleague no qual Drazen participou foi na vitória contra o Limoges, onde o Cibona perdia por 16 pontos com 13 minutos de jogo. Ai Drazen converteu 7 lançamentos sucessivos de 3 pontos subindo a sua estatística individual para 51 pontos e 10 assistência, vencendo o Limoges por 116-106. Na final continental dessa temporada, Drazen marcou uns modestos 22 pontos, mas o Cibona venceu o Zalgiris por 94-82.

Cedo, começaria a coleccionar troféus, a Taça dos Campeões da Taça em 1987, depois de ter marcado 28 pontos na final contra o Scavolini Pesaro. Em 1988 na Korac Cup, o Cibona encontrou-se novamente com o Real Madrid numa final a duas mãos, onde o público já reconhecia que Petrovic iria para o clube espanhol na próxima época. Petrovic marcou 47 pontos contra a sua futura equipa, mas o Cibona perdeu pela margem mínima. Nas quatro épocas que Petrovic esteve ao serviço  do Cibona marcou 5.600 pontos no Campeonato Jugoslavo e a nível continental. Além disso os seus métodos de trabalho – práticas matutinas, maratonas de lançamentos, melhoria constante – influenciou uma geração de jogadores que veio depois e que ergueram o basquetebol europeu a novos patamares.

Embora Petrovic tenha chegado ao Madrid com um contrato de longa duração, este só lá permaneceu uma época, mas foi o suficiente para aumentar o mediatismo à volta dele. Com o Cibona, Petrovic tinha um registo contra o Real Madrid de 5-0. Mas com o uniforme do Real Madrid ele teve que enfrentar o Cibona na semifinal da Taça Saporta em 1989. Os lances livres dele deram a vitória ao Real Madrid por 91-92 na primeira-mão em Zagreb e marcou 47 pontos na segunda mão o que colocou o Madrid no final desse ano.

A final contra o Snaidero Caserto foi considerado como um dos melhores jogos de todos os tempo da Competição europeia. O Real Madrid venceu 117-113 num serão onde Petrovic marcou 62 pontos (12 de 14 de 2 pontos, 8 de 16 de 3 pontos e14 de 15 de lances livres). Infelizmente este seria o último jogo em competições europeias para Drazen e o seu colega de equipa Fernando Martin cuja morte num acidente de viação pressagiou isso para Drazen. Eles tinham sido rivais e colegas de equipa e recém-chegados à NBA onde representavam a mesma equipa os Portland e ambos falecidos em circunstâncias identicamente trágicas.

Quando chegou à NBA, Petrovic jogou por detrás da estrela do clube, Clyde Drexler e somou a média de 7.6 pontos no ano da estreia. Petrovic sentiu a falta de oportunidade durante os 18 meses nos Portland após ter triunfado na Europa, mas dedicou-se a melhorar a sua força para jogar ao estilo da NBA. Até que ele trocou os Portland pelos New Jersey em Janeiro de 1991, Petrovic conseguiu levar a Jugoslávia a vencer o Campeonato do Mundo em 1990 e onde marcou 31 pontos nas semifinais contra os Estados Unidos.Em Janeiro de 1991, Petrovic foi utilizado moeda de troca para os New Jersey. Estava então pronto para explodir na NBA!

Assim que ele chegou a New Jersey tornou-se numa super-estrela. Na época de 1991-92, Drazen somou a média de 20.6 pontos por jogo, chocando os não crentes com a sua série ilimitada de capacidade de lançamento, marcando 44 pontos num só jogo. Ele conduziu a Croácia (recentemente independente) à final dos Jogos Olímpicos contra o DREAM TEAM norte-americano onde colocou a medalha de prata ao peito.

Na sua última época na NBA, Petrovic teve médias de 22.3 pontos por jogo e alcançou a terceira equipa da NBA.

De regresso à Europa no Verão de 1993 para disputar o Campeonato Europeu, Petrovic não quis voar de Frankfurt até Zagreb, mas optou por ir para casa de carro com um amigo. Petrovic faleceu num acidente de viação no dia 7 de Junho de 1993 no Sul da Alemanha. Tinha 28 anos. Até mesmo quando 15 anos cheios de louvores – Ele pertence a todos os corredores de fama no basquetebol – esses que tiveram o honor para o ver jogar classificam-no como um dos melhores desportistas de sempre. Mais do que somente uma daquelas super-estrelas, Drazen Petrovic fixou um padrão de excelência que continua a ressoar pela Europa e pelo Mundo do Basquetebol.

Tradução: Marco Calado

 

Arquivo: Lendas – Memórias

 

 

 

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