Zeljko Obradovic e a sua 12º Final Four
 
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Zeljko Obradovic e a sua 12º Final Four

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altAo longo da sua carreira de 20 anos enquanto treinador, esteve presente em 11 Final Fours e venceu 6 delas. Mais ninguem está sequer próximo destes números. E estes tornam o actual treinador do Panathinaikos num dos mais bem sucedidos treinadores Europeus de sempre. Vencedor de trofeus em todos os lados por onde passou, Obradovic conta com títulos da Euroliga ao serviço do Partizan Belgrado, Joventut Badalona Real Madrid e com 3 no comando do Panathinaikos, clube que orienta desde há 10 épocas.
 
O sérvio venceu ainda duas Taças Saporta, 18 campeonatos nacionais e taças e ainda 4 medalhas com a selecção Jugoslava. Com 49 anos de idade e dois anos passados desde o seu último título europeu, Obradovic espera aumentar o seu legado no Panathinaikos na próxima Final Four de Berlim.
 
Parabens por ter atingido a Final Four. É muito diferente atingir uma Final Four hoje em dia, comparativamente aos primeiros anos em que treinou? E ainda usa o que aprendeu nesses primeiros anos hoje?

Sou treinador há 18 anos e a primeira vez que atingi uma Final Four foi em Istambul em 1992. Tínhamos uma equipa jovem e eu era um treinador jovem, com pouca experiência. Com o passar dos anos, fui aprendendo e continuo a aprender sempre. Isso é fundamental e todos nós vamos aprendendo coisas novas todos os dias. Como treinadores, temos muitas oportunidades para fazer algo melhor a cada dia que passa, mesmo que seja pouco melhor. Foi difícil atingir a Final Four há 18 anos atrás. O cenário que temos hoje é bem diferente, já que a Euroliga se modificou de tal forma que temos mais equipas com mais qualidade. A cada ano, das 24 equipas que participam, pelo menos 16 têm algumas hipóteses de atingir a Final Four. De facto, penso que se torna mais difícil a cada ano que passa e há 18 anos atrás já era difícil. Mas tambem penso que o sistema actual, com época regular, top 16 e playoffs à melhor de 5 favorecem as melhores equipas. Afirmo sem qualquer dúvida que as quatro melhores equipas deste ano vão estar presentes na Final Four.

O que significa para si ser o treinador com mais títulos Europeus?

As coisas pessoais não me interessam muito. Estou apenas feliz por chegar novamente à Final Four com o Panathinaikos. Tivemos momentos difícieis ao longo da época, mas começamos a joagr bem no top 16 e nos playoffs frente ao Montepaschi Siena, uma grande equipa. Aquilo que foi mais importante foi os nossos jogadores perceberem que somos suficientemente bons e foi devido a essa tomada de consciência, que atingimos a Final Four novamente. Estou sobretudo feliz pelos jogadores e adeptos do Panathinaikos. A parte pessoal não me interessa.

Quando começou a treinar há 20 anos atrás, pensava que um dia iria estar na posição em que se encontra hoje?

Claro que não. Quando ganhei a Euroliga pela primeira vez pelo Partizan frente ao Joventut Badalona em Istambul, lembro-me de pensar que tinha alcançado o meu maior sonho. A verdade é que pensava que aquilo que estava a acontecer naquela altura, não voltaria a acontecer. Mas depois tu voltas ao trabalho e todos os anos tens em mente um novo objectivo e trabalhas para o alcançar. Contudo, no início, era difícil pensar que este cenário se iria repetir tantas vezes. Gosto do meu trabalho, é verdade, mas nunca pensei que estaria nesta posição em que estou hoje.

É raro em qualquer desporto um treinador ficar 10 anos no mesmo lugar. Porque foi isto possível consigo no Panathinaikos?

Primeiro, penso que se deva ao facto de termos obtido bons resultados. A minha relação com os donos da equipa, os irmãos Giannakopoulos também é muito boa. Estou ainda muito contente por trabalhar com o meu staff, os treinadores assistentes e todos os que estão envolvidos com a equipa. Por fim, tenho uma boa relação com as pessoas do Panathinaikos e com os adeptos, que vai para além do respeito. Entendo quando um treinador é respeitado, mas eles aqui adoram-me e isso dá-me muitas razões para me sentir feliz. Mas como disse em primeiro lugar, os rsultados é que definem o nosso trabalho. Após tantos anos, penso que joguei 20 finais e ganhei 17 títulos. E para ser honesto, é isso que mais importa.

Qual é o aspecto mais importante na preparação de uma Final Four?

Chegar lá na melhor forma possível. Estás a jogar contra as melhores equipas da Europa e o mais importante é estar na melhor forma física e psicológica. Não há necessidade de motivar os jogadores para jogar numa Final Four, por isso a chave é chegar lá a jogar ao melhor nível e depois jogar com calma. Claro que nunca é fácil.

Qual é o significado para o basquetebol grego de ter o grande derby de Atenas numa das meias-finais da Euroliga?

Nesta altura, já toda a gente em Atenas fala desse jogo. E isso é compreensível, já que se tratam de duas grandes equipas. A Grécia enquanto país e Atenas enquanto cidade têm de se sentir orgulhosas por ter duas equipas nas quatro melhores do continente. Toda a gente está à espera desse jogo. Mas temos de nos lembrar que se esse desafio faz parte de uma Final Four e que é apenas um jogo entre duas das equipas presentes. Penso que devemos abordar esse encontro dessa forma. Sim, é uma rivalidade, um derby entre duas equipas que se conhecem bem. Mas temos de nos preparar bem como para qualquer outro jogo. O meu único desejo é que se jogue bom basquetebol e que a melhor equipa ganhe.

Que influência podem os adeptos de cada equipa ter nesse jogo?

Primeiro, espero e acredito que esta Final Four seja de grande nível e nesse sentido, acredito que os adeptos de cada uma das quatro equipas podem dar o seu contributo. Falarei com os nossos adeptos do Panathinaikos e tentarei transmitir-lhes esta mensagem antes de partirmos para Berlim: eles têm de dar o exemplo de grandes adeptos que são e têm de nos ajudar, o que significa esquecer algumas outras coisas. Se os adeptos levarem esta mensagem com eles, então teremos um grande evento e toda a gente sairá satisfeita.

A sua equipa possui vários jogadores exteriores com grandes capacidades de liderança, embora com estilos diferentes. Qual é o segredo de ter jogadores como Dimitris Diamantidis, Sarunas Jasikevicius, Vassilis Spanoulis e Nicholas a jogar tão bem em conjunto?

Porque o basquetebol de hoje, eles têm de se ajudar uns aos outros. Se o fizerem, a equipa ganha e eles também. Todos são boas pessoas e têm bom carácter e além disso, são bons jogadores que conhecem bem o jogo. Para mim, enquanto treinador, a minha tarefa fica mais facilitada. Todos são protagonistas e todos devem perceber como o Panathinaikos depende deles.

Um dos seus melhores jogadores interiores, Nikola Pekovic, vai estar pela primeira vez na Final Four. Como vai prepará-lo, especificamente, para esse momento?

Apesar de ser um jogador jovem, o Nikola percebe bem que esta será uma grande oportunidade para ele. Já falei com ele e espero que ele perceba o que significa jogar numa Final Four. Ele é um grande jogador, mas é apenas mais um elemento da equipa, apesar de ter um grande papel. Disse-lhe que o mais importante era ele chegar bem fisicamente a esta fase da época. Depois, tem apenas de fazer o seu trabalho, não se pressionar a si mesmo para fazer coisas extraordinárias e limitar-se a jogar basquetebol tão bem quanto pode e sabe.

Como alguém que viu bem de perto o melhor basquetebol europeu dos últimos 25 anos, que nível pode atingir esta Final Four, com Panathinaikos, CSKA, Barcelona e Olympiacos?

Toda a gente anda a dizer que esta é provavelmente a melhor Final Four de sempre, só de pensar no nome dos clubes presentes: Panathinaikos, CSKA, Barcelona e Olympiacos. Falei com pessoas na Grécia, em Itália, em Espanha, na Sérvia e em outros locais e toda a gente parece partilhar da mesma opinião. Para a organização da Euroliga, é importante que que esta época tenha um final como este, com quatro equipas de topo a lutar pelo título. Acredito que vá ser uma grande Final Four e quero que a melhor equipa ganhe. Esse é o meu desejo e de todos aqueles que adoram basquetebol.

 

 


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