Desconto de tempo com Hugo Salgado
 
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Desconto de tempo com Hugo Salgado

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altO Site Planeta Basket continua a entrevistar jovens árbitros portugueses. Os homens do apito, tantas vezes criticados pelas suas decisões em horas de aperto, são elementos valiosos para o correcto desenrolar de uma partida de basquetebol, pelo que a sua importância para a modalidade é inegável, tal como o aparecimento a cada ano de novos juízes.

Mas o que leva estas pessoas, de norte a sul do país, a dedicar-se a esta área, o que os motiva, quais são os seus objectivos pessoais e até onde ambicionam chegar. Tudo o que deseja saber sobre este assunto e muitos outros, poderá encontrar aqui, no Planeta Basket.

A escolha dos jovens árbitros a entrevistar, não vai depender apenas de nós. Gostaríamos de poder contar com a sua colaboração e assim satisfazer também os seus desejos. Assim, caso deseje ler o testemunho de um jovem árbitro, escreva para Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar , para que possamos tentar entrevistá-lo.

Hugo Salgado é um jovem árbitro que jogou basquetebol durante 15 anos, catorze dos quais no mítico clube do Porto, Vasco da Gama. Entre 2003 e 2006, nas suas primeiras épocas de arbitragem foi em simultâneo jogador e treinador. Agora é árbitro nacional de 2ª Categoria, estudante do 2º ano de Jornalismo na Universidade Lusófona do Porto e é sócio-gerente da firma Salgado & Mestre (agência de moda e eventos).

Esteve ligado de alguma outra forma à modalidade antes de se dedicar à arbitragem? Jogou basquetebol e onde?

 

Sim. Joguei 15 anos. 14 Épocas foram passadas no Vasco da Gama e uma no Desportivo de Leça que foi o clube onde terminei como jogador. Fui também treinador no Vasco da Gama durante três épocas, função que desempenhava em simultâneo com a de jogador e a de árbitro.

Alguém te influenciou a enfrentares este desafio da arbitragem?

Foi uma decisão de três amigos enfrentar este desafio, e acabamos por ser uns a influência dos outros. Já durante a minha carreira de árbitro houve pessoas que me influenciaram e ajudaram para que apostasse na arbitragem a 100% e abdica-se das outras funções. Nomeadamente o Rui Vieira, árbitro nacional, o Francisco Costa, oficial de mesa nacional, o David Oliveira que é um grande amigo meu, e também o João Torres oficial de mesa e colega de longos anos.

Para ti, quais são as qualidades que um jovem arbitro deve ter para ser bem sucedido?

Coloco a humildade como qualidade principal. È sem dúvida fundamental um arbitro saber ouvir, saber aceitar. Dedicação à modalidade e espírito de sacrifício são bem precisos. A ambição por vezes tem um sentido conotativo negativo, mas penso que no caso da arbitragem deve ser visto como algo positivo. As ambições pessoais aliadas a outras características como o trabalho de equipa e a personalidade são trunfos para chegar longe neste mundo.

Quais são os teus objectivos para esta profissão a longo prazo?

É sem duvida alguma, a pergunta que mais me custa responder.Desde cedo, o meu objectivo na arbitragem era chegar a árbitro internacional. Mal abdiquei das outras funções que desempenhava no basket, fiz uma época de alto nível o que me possibilitou a ida ao quadro de acesso a nacional de 2ª. No ano do quadro de acesso, em que precisava de me preparar para os jogos que seria observado faltou-me o acompanhamento necessário por parte da minha associação, falha colmatada pelo Rui Vieira que muito me ajudou, e a quem devo quase tudo que evolui. Foi um ano que perdi a motivação totalmente, pois dentro do campo fiz bons jogos, mas houve jogos fora de campo, e esses foram mais decisivos do que os que se iam realizando dentro dos pavilhões. E bom seria se fosse apenas a nível regional. Agradeço aqui também as palavras que recebi do Pedro Maia num jogo em que ia ser avaliado. Palavras que me deram motivação para terminar a época a bom nível. Acabei por subir a nacional de 2ª, e fiz esta época desmotivado, perdendo o amor ao apito. Decidi porém voltar a orientar uma equipa e cedo me surgiram algumas propostas. Esta foi a minha última época como árbitro. Para o ano estarei a treinar o Juvemaia num projecto que me agrada bastante. Vou sentir saudades da “camisola cinzenta”, contudo saio da arbitragem com a sensação de dever cumprido.

Fazes algum tipo de análise após os jogos que apitas?

Após os jogos, tenta-se realizar o “pós-game” mesmo que seja em “conversa de chuveiro”. Após essa pequena conversa com o colega ia fazendo o meu próprio pós-game enquanto conduzia, no regresso a casa. Tentava sobretudo perceber o que tinha falhado, identificar o erro e encontrar as soluções.

As tuas simpatias ou antipatias com pessoas que estão em campo, influenciam o seu trabalho?

As minhas simpatias nunca me influenciaram. Já arbitrei grandes amigos, e sempre distingui bem o jogo da amizade. Felizmente eles também perceberam que as atitudes que eu tomava eram as que tinha de tomar. Porém também já tive pessoas com quem me dava bem e hoje apenas cumprimento, pois são pessoas que mesmo me conhecendo não tiveram capacidade para distinguir o estar dentro do campo e fora. As antipatias são sempre mais faladas. O árbitro que disser que nunca liga a isso, na minha opinião, está a mentir. Não acredito nos intervenientes “marcados”. Acredito em intervenientes que têm menos margem de manobra do que outros. Acontecia comigo quando jogava, pois ao protestar estava a tentar estragar o trabalho do árbitro. Os meus protestos iam levar a mais protestos e por vezes “incendiava-se” um pavilhão sem motivo algum.

O momento da tomada de decisão é instantâneo. Alguma vez sentiste que erraste, logo após ter apitado?

Até os melhores já sentiram. È uma situação que de longe a longe acontece. Sendo uma situação que dê para emendar, a correcção é imediata. Mas quando não há correcção todos nos devemos lembrar que o árbitro tem apenas um pequeno instante para decidir. Acontece principalmente nas situações em que prevemos o lance que vai acontecer e acaba por não acontecer. Quando se sustem o apito é mais fácil tomar a decisão correcta.

Como se sente um árbitro perante uma situação de dúvida, sobre um eventual erro que tenha cometido?

È essencial lembrar que o erro não tem compensação. Abstrairmo-nos do sucedido e ganhar concentração extra para o que falta do jogo, de forma a dar a melhor resposta a todas as situações. E lá regressa a situação do “pós-game” onde se deve perceber o que aconteceu, porquê que aconteceu, e a solução para não voltar a acontecer. Eu costumo dizer que ter um erro por jogo não é mau se trabalharmos nesse erro de forma a não o cometer mais.

Como lidas com situações de pais ou adeptos malcriados?

Com algum esforço ainda consigo compreender os adeptos malcriados. Não consigo é entender os pais malcriados. A função dos pais é muito importante no jogo. Não podemos esquecer que os filhos normalmente têm nos pais o seu “modelo”, e ao serem malcriados, mesmo que seja só num jogo de basket, não estão a contribuir em nada para o desenvolvimento social do filho/a. Por consequência acabam por desconcentrar o atleta, e a equipa. Percebo que contestem as decisões do árbitro, percebo que não aceitem a decisão do árbitro. Não percebo que insultem o árbitro.

Qual foi o jogo mais difícil que apitaste?

Desportivo da Póvoa - Basquete de Barcelos. Foi no ano que estive no quadro de acesso. Era a primeira vez que arbitrava CNB1, e o jogo decidia o primeiro classificado da fase regular e eu ia ser avaliado. O pavilhão do C.D.Povoa estava lotado, com um ambiente que é raro ver num jogo de basquetebol. Tinha num banco o treinador do Barcelos que era difícil de controlar e no outro, o João Oliveira com quem me dou bem, mas que ao mínimo erro que detecte já está a questionar. Faltava conquistar na CNB1 o respeito que fui ganhando esta época e por isso o jogo à partida era dos mais difíceis. Felizmente acabou por correr às mil maravilhas.

Qual foi até hoje, o momento mais feliz da tua carreira enquanto arbitro?

A época que antecedeu a minha ida ao quadro de acesso foi um ano que gostei especialmente de arbitrar. Depois da difícil opção de abdicar de jogar e de treinar, senti-me feliz a arbitrar. Fiz bons jogos, fui a Espanha arbitrar um torneio internacional onde era o único português e saiu-me em sorte apitar a final. Foi um bom ano sem dúvida.

Na tua opinião, qual é o nível do arbitragem portuguesa?

Acho que a arbitragem portuguesa tem melhorado bastante, e tem sido cada vez mais reconhecida a nível internacional.Prova disso são as nomeações FIBA que têm colocado os nossos árbitros em grandes palcos.

Os árbitros também "jogam" em equipa. Há algum teu colega árbitro com quem tenhas um particular gosto em fazer dupla?

Há. O Rui Vieira. Por tudo que aprendi com ele, e pelos bons jogos que fizemos juntos. A confiança é algo fundamental entre dois árbitros que apitam o mesmo jogo. E eu e o Rui tínhamos total confiança nas decisões um do outro. Chegamos a fazer por dois anos consecutivos o jogo da final de fases finais regionais em que não se ouviu um protesto.

Qual é a tua opinião sobre a arbitragem com dois ou com três árbitros?

È certo que a arbitragem a três facilita a tarefa e ajuda o jogo na medida que se evitam muitos erros. Contudo é frequente vermos jogos da nossa principal competição com poucas faltas e com um grau de dificuldade que acaba por ser pequeno. Acontece que em divisões como CNB1, CNB2 ou até Juniores A temos jogos com um grau de dificuldade muito mais acentuado e dois arbitro sempre resolveram. Não sendo uma norma geral não vejo a necessidade de três árbitros na Liga Portuguesa e nas jornadas cruzadas.

Quais são os teu ídolos portugueses?

O Fernando Rocha é fantástico na forma de apitar. Costumo dizer que tem um “olho clínico”. Reúne as características de um grande árbitro. È sem duvida neste momento o número um a nível nacional, e para mim sempre o foi.

Tens alguma referência a nível da arbitragem estrangeira?

Dan Crawford, árbitro da NBA é uma das referências que sempre tive.

O que é que pensa do site Planeta Basket?

O Planeta Basket veio dar uma maior visibilidade ao nosso basket. Reúne informações sobre as melhores competições nacionais e estrangeiras. Tem o espaço de treinadores e de árbitros. Parabéns pelo site.

O que pode ser melhorado na página dos árbitros?

A inclusão de mais artigos técnicos e vídeos pode de alguma forma chamar mais árbitros ao site e clarificar outros intervenientes.
 
Que outro jovem árbitro que apite fora da sua associação gostaria de ver entrevistado aqui no Planeta Basket?
 
O Hugo Silva de Aveiro é um árbitro que considero promissor.

 

 


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