Entrevista com Costa Dias
 
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Entrevista com Costa Dias

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alt"Sabemos o que não está bem (falta de notoriedade da modalidade e referências e pavilhões vazios) como tal há que agir para contrariar. Os outros países não são melhores que nós e a nossa vizinha Espanha é campeã do mundo, devido à entrega de todos os agentes à modalidade."

 

O Vagos foi a grande surpresa da época passada, no seu ano de estreia na já extinta LCB. Como foi possível obter tão bons resultados com uma equipa que partiu praticamente do zero?

O ano de arranque a nível desportivo é quase sempre positivo, pois o grupo está motivado e quer mostrar valor. Algumas equipas não estudaram convenientemente a nossa equipa. Também conseguimos ganhar alguns jogos pela diferença mínima, que não se deveu apenas “à sorte” mas a trabalho específico dos últimos momentos do jogo. Conseguimos em muito pouco tempo reunir um lote de jogadores, alguns deles já praticamente fora da alta competição e alguns desejosos de demonstrar o seu valor.

A equipa do Vagos caracterizava-se por apresentar várias alterações tanto em termos defensivos como ofensivos durante os jogos. É esta a sua filosofia de jogo?

Sim. A equipa que causar mais dificuldades ao adversário tem mais hipóteses de êxito. A filosofia de jogo mantém-se independentemente do adversário. Faço as alterações consoante as dificuldades que sentimos e acredito que o adversário irá sentir. Mas nunca deixar o jogo resolver-se por si só, pois aí não podemos controlar todas as variáveis. O jogo é demasiado curto para esperar por soluções, como tal a minha intervenção é constante, não só nos descontos de tempo.

O Vagos atravessou o seu melhor período nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março. A que se deveu esta melhoria no jogo da equipa?

A um trabalho excelente a nível físico feito no início da época pelo nosso preparador físico Prof Márcio Dias e porque nessa altura os jogadores começaram a absorver e aplicar o meu modelo de jogo. Relembro que foi um grupo 100% novo e demora tempo a acreditar que um modelo diferente resulta.

A despedida precoce de Carlo White foi surpreendente e mesmo controversa na altura. Como comenta esta situação?

Face à situação na altura, essa foi a melhor decisão. Custa despedir um MVP mas para bem do grupo as decisões têm que ser tomadas. Prefiro uma má decisão a uma não decisão. Esta provou ter sido uma boa decisão. Relembro que o Vagos fez praticamente toda a época com 3 estrangeiros, pois a nível financeiro seria insuportável mais despesas. Mas principalmente permitiu dar oportunidade a jovens Portugueses.

Apesar do mau início de época, Ricardo Hill tornou-se no decurso da mesma um dos mais influentes e decisivos jogadores da LCB. A que se deveu esta melhoria do seu jogo?

O Rico Hill já não fazia uma época completa há anos. Chegou com cerca de 20kg a mais e fisicamente débil. A nossa primeira missão foi trabalhar o Rico a nível de perca de peso inútil e transformar gordura em músculo. Não foi fácil pois ele adora comer (muito e bem)! No entanto o seu basket é do melhor que já passou por Portugal e tem um CV como poucos (NBA e Liga Espanhola). O Rico é muito útil pois no ataque pode fazer desde 2 a 5 e sempre com qualidade. Na defesa apresenta dificuldades, mas compensa com experiência.

Qual foi o orçamento do Vagos na época passada?

Cerca de 290.000€.

A época 2008/09 vai marcar o início de uma nova competição organizada pela FPB. Quais são os objectivos do Vagos para a próxima época?

Fazer uma época de afirmação e a nível financeiro continuar cumpridor. É uma ano de transição a nível do clube, pois manter as 2 equipas seniores nas Ligas principais, numa vila tão pequena só devido a muito e bom trabalho da Direcção, do apoio da Câmara Municipal de Vagos e das empresas que acreditam neste clube. Oxalá a FPB consiga montar e manter uma competição que seja atractiva e muito visível, desde a mais jovens praticantes como ao público em geral.

Que jogadores fazem já parte da equipa do Vagos para a época 2008/09?

A direcção está a manter os contactos com  todos os jogadores que eu escolhi/indiquei, dando prioridade clara a jogadores de Aveiro e a quem já esteve na época passada. Creio que este clube agora já consegue atrair e reter jogadores de muita qualidade, apesar de o que temos para oferecer ainda ser bastante inferior a outros clubes. No entanto oferecemos muita ambição e seriedade. Os jogadores terão que preencher os seguintes 3 requisitos básico : Defensores ; Rápidos e Ambiciosos.

A que fase do jogo dá mais importância nas suas equipas: Ataque ou Defesa? Porquê?

Ambas são fundamentais para ganhar jogos. Mas dedico mais tempo a trabalhar a defesa nos treinos, do que o ataque. Os jogadores têm que treinar todas as técnicas individuais e colectivas da defesa. Se uma equipa sofrer 60 pontos tem mais hipóteses de ganhar um jogo do que se marcar 80 pontos. A maioria dos jogadores apenas gosta de treinar quando tem a posse de bola, pois é mais divertido, mas há que incutir o gosto pela defesa e premiar quem defende bem e motiva/catalisa os colegas para a defesa. Como jogador sempre preferi defender.

Na sua opinião qual é importância do treinador adjunto? Quais são os funções dos seus adjuntos durante os jogos oficiais?

Na minha organização o Adjunto é fundamental. Todos os meus adjuntos foram e são co - treinadores. Respeito e confio totalmente neles e não se limitam a apitar jogos e carregar bolas. Nos jogos acredito e aplico que 2 cabeças pensam melhor que uma e que eu não sou conhecedor único e absoluto da verdade, tanto que continuo a minha aprendizagem. Converso e discuto muito antes, durante e após o jogo, mas chegamos a consensos. Uma equipa é um grupo e não 1 treinador e o resto. Todos ajudam com intervenções oportunas, inteligentes e educadas. Eu fomento o diálogo e a gestão partilhada.

Que conselhos daria a um jovem treinador Português em início de carreira?

Que não imite ninguém e que descubra o seu próprio caminho e o “seu jogar”. Por estar instituído que algo tem que ser assim, questione sempre o porquê. Se acredita que algo deve ser diferente do pensar geral, estude e discuta com os outros e teste a teoria. Se resultar, parabéns. Se não resultar, não desistir. Mas o principal é entregar-se à modalidade sem reservas e não a funções/cargos.

Qual é a sua opinião sobre o actual estado de basquetebol português?

Tem tudo para melhorar, pois há muitos jovens de valor com vontade de fazer muito e bem. Sabemos o que não está bem (falta de notoriedade da modalidade e referências e pavilhões vazios) como tal há que agir para contrariar. Os outros países não são melhores que nós e a nossa vizinha Espanha é campeã do mundo, devido à entrega de todos os agentes à modalidade. Deixa-me profundamente confuso reuniões de dirigentes/treinadores/jogadores só a falar sobre o que está mal e com discursos bolorentos. Há que reflectir (não demasiado, pois perde-se muito tempo) e aplicar a mudança, mesmo se essa mudança implicar desconforto. Há demasiado conforto nas instituições e isso leva ao estado da sociedade Portuguesa.

De que forma pode o basquetebol, enquanto espectáculo e enquanto produto, ser melhor rentabilizado numa perspectiva de desenvolvimento e sustentabilidade económica?

Se em outros países o Basket é um produto com consumo, Portugal não é excepção. Muitos clubes vivem da subsídio - dependência que é nociva. Há que adaptar o Basket (desporto) ao Portugal de 2008. Aprender a viver com poucos recursos financeiros e mesmo assim produzir mais e melhor. Isso faz-se nas empresas vencedoras e o Basket de competição deve ser encarado como uma entidade empresarial. O objectivo de todas as empresas sérias é apresentar resultados positivos. Dirigentes sem inteligência deveriam ser banidos, pois prometer valores quando não têm a certeza de cumprir é crime.

O Basket pode trazer riqueza a muitos níveis. O principal, como actividade de excelência para formar mulheres e homens de qualidade, pois a educação, respeito, inteligência e superação são pilares na nossa modalidade. Depois há toda uma indústria que se move há volta da modalidade e que lucra, como a restauração, lazer e hotelaria. Há que apresentar bons espectáculos para atrair clientes a consumir o nosso produto. O Basket compete com muitos outros atractivos como TV, Cinema, Futebol, Família, Dormir entre outros e nós temos que colocar o Basket como opção válida no momento da escolha do “cliente”.

O que pensa do projecto planetabasket?

Excelente iniciativa, pois estamos fartos de alguns “blogs” de cretinos maldizentes que não têm capacidade de mudança e não se sacrificam pela modalidade, pois limitam-se a criticar encapotados por um nome fictício sentados à frente de um PC, enquanto os outros estão a suar nos pavilhões.

Há que ter um espaço de classe superior para apresentar o Basket como um todo, desde a formação, escalões secundários e ao feminino. O Basket não é só a LIGA masculina.

Desejo as maiores felicidades a “PlanetaBasket” pois precisamos de elevar o basket para o sítio que merece.

 

 


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