Quando saiu a correr do jogo da meia-final dos jogos da Lusofonia, Rui Alves ia ao encontro de mais 8 dias, pelo 3º ano consecutivo, de duro trabalho. Em Rhodes, Grécia, esperava-o a recta final do curso de treinadores que o tornou no primeiro treinador ibérico com o certificado FIBA Europe, a mais alta qualificação técnica no continente europeu. Mais um motivo de orgulho para o basquetebol português.

 

Quando a Federação Portuguesa de Basquetebol indicou o seu nome, o primeiro sentimento de Rui Alves foi o de satisfação, sentimento de responsabilidade e gratidão. Satisfação pela oportunidade que surgiu e que agarrou com as duas mãos. Responsabilização por saber que, sendo uma oportunidade única, não poderia desiludir quem apostou nas suas qualidades e o indicou. E, claro, agradecimento à Federação Portuguesa de Basquetebol e os seus dirigentes que, desta forma, continuaram a apostar nele como o fizeram quando o tornaram, aos 26 anos, responsável pelo CNT Porto e Selecção de Sub 16 masculinos e, posteriormente, quando começou a colaborar e se tornou adjunto da Selecção Nacional de Seniores.

Rui Alves não deixa de partilhar este seu sucesso pessoal com dois dos seus mestres que, segundo ele, lhe deram grande vantagem à partida para o exigente curso. "Trabalhar com Valentyn Melnychuk e Moncho Lopez foi meio caminho andado para conseguir a aprovação. Os conhecimentos empíricos e teóricos adquiridos por trabalhar com 2 "mestres" como eles foi um contributo muito grande para concluir com êxito este curso".

Obviamente que, sendo o único treinador em toda a península ibérica com a mais alta qualificação da FIBA Europa, impõe-se saber que projectos futuros e novas perspectivas se desenham no horizonte de Rui Alves. A resposta é dimensionada pela sua ambição e pelo orgulho e alegria que tem nas suas actuais funções como adjunto dos Seniores e responsável pelo Centro de Treino de Paredes. As portas que se podem abrir com esta certificação Rui não quer fechar: "aceitaria o desafio de trabalhar num campeonato como o espanhol, grego ou turco". "No entanto", continua Rui Alves "eu já estou a trabalhar numa grande selecção europeia que há dois anos foi 9ª na Europa e, portanto, só posso estar feliz. O CNT Paredes e a Selecção Nacional de Seniores Masculinos são dois projectos aos quais tenho o orgul! ho e a felicidade de pertencer. O meu objectivo imediato passa pela qualificação para o Eurobasket 2009".

Falta dizer que este não é um curso ao alcance de todos. Dos sessenta candidatos que em 2007 iniciaram, só 44 receberam, esta semana, das mãos do presidente da Youth Comission da FIBA Europe o tão ambicionado certificado. Clinics, workshops, trabalhos escritos, elaboração de uma tese e um rigoroso e completo exame final são alguns dos pormenores que compuseram o processo de frequência e avaliação. Rui Alves destaca que "estar frente a frente com o Coach Svetislav Pesic, mentor do FECC (FIBA Europe Coaching Certificate), foi um desafio carregado de adrenalina, de grande significado, que me orgulho de ter correspondido positivamente".

Dentro de uma semana, aproximadamente, começará o segundo FECC e lá estará Eugénio Rodrigues que em 2011 poderá fazer parte do restrito grupo de treinadores com Certificado FIBA Europe.

 

 

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