Porky Vieira: Sê orgulhoso do que és
 
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Porky Vieira: Sê orgulhoso do que és

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altConhecida a história de vida de Florindo Porky Vieira, chegou a altura de o ouvir na primeira pessoa. Veja aqui a entrevista que o pequeno, mas ao mesmo tempo "enorme" Porky Vieira concedeu em exclusivo ao site Planeta Basket.

 

 

Planeta Basket (PB):Ainda mantem alguma ligação com o seu pais de origem?
Florindo "Porky" Veira (FV): Não

PB: O que se lembra da sua juventude e de que forma é que as dificuldades pelas quais passou, contribuíram para o seu sucesso tanto como pessoa, como a nível profissional? 
FV: A chave de tudo foi o meu pai ter-me deixado praticar os desportos que queria. Ele comprou uma casa, cujas traseiras davam para dois campos de jogos e isso foi algo muito positivo. O facto do meu irmão Gus, ser jogador profissional dos Chicago Cubs foi algo que tambem me moldou durante a infância. Estava a ir no caminho errado e se não tivesse tido o desporto, ter-me-ia definitivamente afundado nesse caminho.

PB: O que significa para si o seu clube de bairro - Middle Street Boys Club? 
FV: Este clube era uma segunda casa para mim e foi um grande factor na minha vida. Estavamos lá TODOS OS DIAS, incluindo sábados e domingos! Saímos da escola directamente para o "Boys Club", todos os dias. Até levava dois lanches quando saía de casa todos os dias, um para a escola e outro para o clube. Nao tenho dúvidas de que o Boys Club construiu as bases da minha carreira. E foi lá que tive a oportunidade de medir forças com outros tipos que tambem sabiam jogar.

PB: Porque escolheu o basketball? 
FV: O meu irmão mais velho iniciou-me no basquetebol e no basebol. O basquetebol surgiu mais cedo e eu fiquei apanhado pelo jogo, logo de imediato. A exposição que me foi dada pelo basquetebol, entre os 9 anos de idade e a minha entrada para o high school foi simplesmente espantosa. Havia sempre um grande entusiasmo e os jogos estavam sempre esgotados! Cheguei a jogar diante de grandes plateias nos intervalos dos campeonatos nacionais nos míticos Boston Garden e Madison Square Garden.

PB: De que forma é que o basquetebol o ajudou na sua vida? 
FV: O basquetebol salvou-me! Ajudou-me a ter uma bolsa de estudo e a ir para a escola. E para mim era impossível ir para a escola sem uma bolsa. Alem disso, deu-me tambem dois anos extra para conseguir finalizar o meu curso na Quinnipiac University.

PB: Qual é para si a magia do basquetebol? 
FV: A sensação de entrar no campo. A magia estava no sentimento de que temos controlo sobre o nosso destino. Permitia-me sentir coisas diferentes, sentimentos de orgulho e realização. Na primeira vez que o meu nome saiu num jornal, era eu ainda um miúdio, pensei "Adoro isto". Era um sentimento diferente de realização pessoal, algo que eu nunca havia sentido. E isto motivou-me imenso para tentar ser o melhor e atingir sempre o meu máximo.

PB: Era relativamente baixo para jogador de basquetebol. A sua estatura (1.65) era um problema ou uma vantagem? 
FV: Nunca me vi nem nunca pensei que era baixo. Nunca me vi pequeno num campo de basebol nem num campo de basquetebol. Era tão forte e tão bom no que fazia que isso nunca me passou pela cabeça! Nunca foi uma vantagem nem um problema ao longo da minha carreira.

PB: Que concelho daria aos milhares de jogadores portugueses de baixa estatura que sonham em atingir um elevado nível profissional? 
FV: Dir-lhes-ia: "Esqueçam que são baixos e façam os ajustes necessários". Fui o primeiro tipo de Fairfield County a desenvolver um lançamento em suspensão. Todos os outros lançavam parados e pensavam que eu era maluco! Aprendi a fazer ajustes e foi assim que triunfei.

PB: Qual é sensação de jogar em pavilhões míticos como o Boston Garden ou o Madison Square Garden? 
FV: Oh, é espantoso. Uma das minhas melhores recordações foi ao sair do campo nos New England Championships no Boston Garden (high school) e ouvir anunciar o meu nome como um dos cinco jogadores que tinham sido seleccionados para a "All-New England Team".

PB: Quais eram os seus ídolos na altura? 
FV: O meu colega de equipa Ernie Petrucciano. Ele era algo de extraordinário. Era mais baixo do que eu e era um jogador dos diabos! Enquanto crescíamos sempre disse "Se ao menos pudesse ser um Petrucciano..."

PB: Qual foi o melhor treinador com quem trabalhou? Porquê? 
FV: Tuffie Maroon, o meu treinador na universidade e que foi um segundo pai para mim. Ele acolheu-me em Quinnipiac e foi não só o meu treinador, como tambem lançou a minha carreira, promovendo-me na região e no país inteiro. Ele foi ainda suficientemente bom para me fazer chegar ao jogo All-Star de 1957 no Madison Square Garden.

PB: Qual foi o momento mais memorável da sua vida num campo de basquetebol? 
FV: A coisa que mais sobressai foi o de ter sido nomeado para a equipa All-New England, quando estava ainda no high school. Era muito importante para o meu irmão, que eu conseguisse essa nomeação e alem dissou, anunciaram o meu nome em frente a 13.000 pessoas em pleno Boston Garden. Há alguma outra forma de se ter tamanha satisfação, quando ainda se é tão jovem.

PB: Você é um dos melhores marcadores de sempre NCAA. Como é possível fazê-lo com a altura de 1,65m? 
FV: Eu tinha três coisas que fazi bem... 1) Tinha um bom lançamento parado de longa distância. 2) Tinha um grande lançamento em suspensão. 3) Conseguia penetrar para o cesto e finalizar a jogada com um grande lançamento de gancho.

PB: O que se lembra do All-Star Game da NCAA em 1957? Acredita que a sua carreira poderia ter seguido outro rumo caso não se tivesse lesionado?
FV: Definitivamente, mas ajudou-me a concluir o meu curso universitário e agora, não o trocaria por nada! De qalquer forma, acabei por encontrar mais divertimento nos Vieira's All-Stars.

PB: Num dos jogos mais famosos da sua carreira, enfrentou e venceu em termos de marcação de pontos (38-33) o grande Wilt Chamberlain. Pode-nos contar como foi esse jogo? 
FV: Foi num pavilhão cheio, onde só se podia assistir ao jogo de pé e o entertenimento dessa noite era basquetebol. Ele estava em Kansas e eu em Quinnipiac. Na altura, não dei grande importância ao jogo, apesar de toda a gente continuar a falar dele. Só me lembro de recordar esse jogo e pensar para comigo mesmo "não foi nada de especial". Pouco sabia eu, então...

PB: Se os Harlem Globetrotters o tivessem convidado para jogar pela sua equipa, em vez de jogar na equipa adversária, teria aceite a sua proposta?
FV: Não, não me parece. Eu gostava realmente de jogar nos Vieira All-Stars, era uma grande experiência.

PB: Sabe que quase 50 anos depois de se ter retirado do basquetebol, continua a ser o jogador de origem Portuguesa, que esteve mais próximo de jogar na NBA?
FV: Não, mas agora já sei. É espantoso pensar nisso.

PB: Que mensagem pode deixar aos nossos leitores:
FV: As minhas origens Portuguesas eram a minha motivação #1. O facto de ser um miúdo Português tornava-me diferente de todos os outros e esse era um incentivo para mim. Apesar disso, tive de esconder a minha nacionalidade enquanto era miúdo. Sê orgulhoso do que és e usa esse orgulho para te ajudar ao longo da tua vida.

 

 


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