A partida Algés-GDESSA, que fechou a 4ª jornada da Liga Feminina, prendeu o público que ontem à noite se deslocou ao recinto das algesinas. Primeiro pela incerteza que pairou praticamente durante toda a 2ª parte e pelo empenho das jogadoras das duas equipas.
A turma forasteira acabou por vencer com mérito, porque acreditou sempre que era possível arrecadar os dois pontos em disputa. Mesmo quando as anfitriãs reagiram a seguir ao descanso, as pupilas de Nuno Manaia nunca se descontrolaram nem baixaram os braços, face ao carregar de faltas.
Depois de 5 minutos iniciais equilibrados (4-4), um triplo de Catarina Coelho (7-4) foi o ponto de partida para uma resposta categórica do seu opositor, com um parcial de 0-6, com Rachel Roberts e Stacy Boisvert a assumirem as despesas, obrigando Carlos Barroca a parar o jogo e a mexer na equipa, com a entrada de Susan Foreid, no minuto 7. Mesmo com a poste Stacy no banco (duas faltas) desde a entrada do minuto 8, sendo substituída por Rosinha Rosário, que entrou bem no jogo, tal como antes sucedera com Joana Mafra para o lugar de Sara Djassi, as escolares não se intimidaram, chegando ao final do 1º período na frente (14-19), com a poste algesina Sultra Harding a marcar os seus primeiros pontos a escassos segundos do sinal sonoro.
No 2º quarto (13-17) as forasteiras prosseguiram na mesma toada, aumentando a vantagem para 9 (14-23), logo no minuto 12, com dois cestos consecutivos de Rosinha e controlaram as operações, mantendo o comando do marcador até ao intervalo (27-36), graças às iniciativas das suas norte-americanas Rachel e Stacy. Por banda do Algés começava a aparecer no jogo Sultra Harding, com 5 pontos nos últimos 3 minutos, aproveitando o facto de a sua marcadora directa (Stacy) estar já com 3 faltas.
No reatamento as escolares ampliaram o pecúlio para 11(29-40), no minuto 22, por intermédio de Stacy, mas ao cometer a sua 4ª falta segundos volvidos, obrigou Nuno Manaia a resguardá-la no banco, o mesmo sucedendo à outra jogadora interior (Telma Fernandes), por ter também 4 faltas, no minuto seguinte. Aproveitando a mudança defensiva do GDESSA para zona, as algesinas apostaram no tiro exterior, estratégia que surtiu efeito pois em menos de 4 minutos caíram 5 triplos (Joana Bernardeco e Charese Reed, ambas com 2 e um de Joana Fogaça), conduzindo a um parcial de 17-4. O Algés passava para a frente (46-44), situação que só acontecera no início do encontro (4-0, no minuto 2). Foi altura de Nuno Manaia pedir um desconto de tempo (minuto 26) e pouco depois era Carlos Barroca que via ser-lhe marcada uma falta técnica, ao discordar de uma falta pessoal averbada a uma sua jogadora. Da linha de lance livre Rachel Roberts não tremeu, marcando as 4 tentativas (46-48) e de seguida mais um cesto de Rosinha Rosário (46-50). Inconformado o Algés reagiu (51-50) no minuto 29, mas o final do 3º período chegou com as forasteiras de novo no comando (51-52), com um tiro de meia distância de Inês Macedo.
No derradeiro quarto (13-20), depois de duas igualdades (54-54 e 56-56), nos minutos 32 e 33, as escolares ganharam uma vantagem de 5 pontos (56-61), com duas jogadoras do banco (Joana Mafra e Inês Macedo) a assumirem, a última com um triplo. Carlos Barroca pede um desconto (minuto 34) e volta a mexer na equipa, mas sem grandes resultados práticos, porque novo triplo, desta feita de Larisse Lima (58-64, no minuto 36) voltou a galvanizar a turma visitante. Stacy Boisvert sentenciou a partida, primeiro no minuto 38 (60-66), ao concluir um contra-ataque após assistência de Sara Djassi e logo a seguir um minuto volvido (60-68), antes de ser desqualificada a 54 segundos do termo do encontro. Estava encontrado o vencedor. O Algés ainda foi cometendo faltas para parar o cronómetro, mas sem conseguir os seus intentos. Larisse Lima fixou o resultado final (64-72).
Nas vencedoras, que funcionaram como um bloco, destaque mais uma vez para Rachel Roberts (23 pontos, 7 ressaltos sendo 2 ofensivos, 3 assistências, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e 5 faltas provocadas, com 10/12 nos lances livres), a mais valiosa da equipa. Foi todavia muito bem acompanhada por Stacy Boisvert (16 pontos, 6 ressaltos defensivos, 1 roubo e 1 desarme de lançamento), Larisse Lima (8 ressaltos defensivos, 7 assistências, 3 roubos e 4 faltas provocadas), Rosinha Rosário (8 pontos, 4/4 nos duplos e 6 ressaltos sendo 2 ofensivos) e Joana Mafra (7 pontos, 6 ressaltos sendo 2 ofensivos, duas assistências e 2 roubos), sendo as duas últimas habituais suplentes que saltaram do banco para jogar 21 e 20 minutos, respectivamente.
Na turma do Algés, a poste Sultra Harding foi a MVP do encontro, autora de um duplo-duplo ao contabilizar 20 pontos, 13 ressaltos sendo 6 ofensivos, duas assistências, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e 5 faltas provocadas, com 4/5 nos lances livres. Secundaram-na Charese Reed (15 pontos, 10 ressaltos sendo 4 ofensivos, uma assistência, 3 roubos, 2 desarmes de lançamento e 5 faltas provocadas) e Joana Fogaça (10 pontos, 7 ressaltos sendo 5 ofensivos, 3 assistências, 4 roubos e 4 faltas provocadas).
Em termos globais, o Algés, a despeito de ter ganho as tabelas (53-45 ressaltos) e de ter sido mais eficaz no tiro exterior (29%-17%), concretizando o dobro dos triplos (6-3), não conseguiu chegar à vitória porque esteve demasiado perdulário nos duplos (30% contra 53%) e também nos lances livres (52%-79%). Neste indicador as escolares só falharam 4 das 19 tentativas, enquanto as algesinas desperdiçaram 11 nos 23 tentados.
Resultado final: Algés 64-72 GDESSA
AD Vagos, Boa Viagem e GDESSA são agora as únicas equipas que ainda não perderam, somando dois triunfos. CAB Madeira e Basquete Barcelos comandam com duas vitórias e uma derrota, mas têm mais um jogo.
Arquivo: Liga Feminina
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