Faz algum sentido?

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altFaz algum sentido que os jogos dos Minis-12, no Algarve sejam jogados no modelo de 5 x 5, e noutras regiões do país sejam jogados no modelo de 4 x 4. Esta foi uma das muitas perguntas formuladas durante o Clinic da FPB/ENB subordinada ao tema “Minibásquete o presente e o futuro”

em que foram oradores o Sérgio Rosmaninho, Director Técnico do CNMB, o Amândio Amorim, Coordenador Técnico do Imortal Basket Club, Luís Carmo coordenador do minibásquete da ASSOC e Nuno Rodrigues ex coordenador do Minibásquete do Benfica e do Angrabasket, sendo moderador da acção o Diogo Almeida Santos.

Para mim, (que há muito tempo que ando a dizer que o minibásquete é um conceito perigoso, e a cada momento temos de saber de que realidade é que estamos a falar), faz todo o sentido a diferenciação das regras em conformidade com as diversas situações e realidades. Neste clinic, uma vez mais ficou completamente evidente, que não há apenas um minibásquete como foi dito pela maioria dos oradores.

Num resumo das diversas intervenções, registei:

1. A clareza dos números muito bem apresentados pelo Sérgio reveladores das enormes assimetrias existentes no minibásquete.

2. A excelente apresentação do Luís Carmo demonstrando a importância do envolvimento dos pais e a necessidade de conjugação entre a escola e o clube, apontando esta conjugação como um caminho do futuro. Surpreendeu-me positivamente, o facto dos minis da ASSOC não terem de pagar nenhuma mensalidade embora não tenho para mim ficado claro, como é que este projecto era financiado.

3. A rejeição de regulamentos técnico-pedagógicos do Nuno Rodrigues, dando claramente a entender que a pedagogia mais importante tem de partir dos treinadores e não ser imposta.

4. A importância de alargar o âmbito da captação, demonstrada pelo projecto do Amândio Amorim, pois doutro modo nunca os jovens que surgiram nos Olhos de Água ou Ferreiras alguma vez teriam sido jogadores.

Houve também duas ideias que foram transmitidas e reforçadas pelo Jorge Fernandes, director da  Escola Nacional de Basquetebol, que penso que tiveram a aceitação da maioria dos participantes.

1ª O principal papel do minibásquete para a modalidade é a atracão e fidelização de praticantes. Contudo houve quem alertasse e reforçasse, que não apenas de praticantes, mas também de árbitros, treinadores e dirigentes, etc.

2ª No centro de todo o processo tem de estar a criança.

Se no centro de todo o processo tem estar a criança, então temos que ser coerentes como referiu o Sérgio Rosmaninho. E se queremos que as crianças se desenvolvam, então não são as crianças que se tem de adaptar às regras, mas as regras que tem de ir ao encontro do grau de desenvolvimento das crianças.

Este é um princípio que há muito defendi, razão pela qual introduzi em em 2000 as formas alternativas de jogo de 3 x 3 ou de 4 x 4, em função do espaço disponível e o grau de evolução dos jovens. Reforcei esta ideia e convicção, após uma longa conversa que tive em Collell com Josep Bordas, um dos principais mentores do processo de detecção de talentos em Espanha.

A simples existência do minibásquete é a prova que é a modalidade se tem de adaptar às capacidades das crianças e não o inverso.


PS: Quanto ao minibásquete ser um conceito perigoso sugiro, para quem tiver curiosidade, entre outros a leitura dos seguintes artigos:

Conceito perigoso | 23 de Janeiro 2011
Qual a maior Associação? | 5 de Abril 2011
Uma criança não é um cifrão | 9 de Fevereiro de 2016
Real Bodies | 16 de Fevereiro de 2016
 

Comentários 

 
+2 #1 Nuno Pereira 03-06-2020 14:17
A ideia chave e essencial de que o centro do processo ser a criança ainda nesta longe de ser assimilado por muitos, quase a maior parte das questões foram no sentido da uniformização das regras nos Minis e na regulamentação de competições e em Mini 12 e essas questões são essencialmente de quem tem o foco centralizado em si e não na criança! O foco na criança é entender que os mini baskets nosso diferença de realidade para relaidade e o que faz sentido para uns não é necessariamente o melhor para outros ,tal como diz o Sérgio temos que adaptar e ajustar em função das necessidades das crianças neste sentido sem prejuízo para os demais ouvir o Grosas é sempre uma lufada de ar fresco! Por outro lado teria gostado de ver mais tempo e questões em telacao aos mini 8/10 sobre a captação
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