O meu filho joga pouco tempo

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San Payo AraújoO princípio da igualdade de oportunidades é o um princípio subjacente à filosofia do minibásquete desde a sua origem. Quando o minibásquete surgiu, num jogo de basquetebol, apenas podiam participar 10 jogadores.

O jogo era dividido em 2 períodos de 20 minutos e não havia obrigatoriedade em nenhum escalão de jogarem mais do que cinco jogadores. Não havia regulamentos técnico-pedagógicos, que obrigassem a utilização dos jogadores inscritos a participarem no jogo.

Contudo no minibásquete, para acentuar o seu caracter formativo, o jogo desde a sua origem era jogado obrigatoriamente por 10 jogadores e era dividido em 4 períodos de 10 minutos. Não havia substituições, todos os participantes tinham de jogar o mesmo tempo. O respeito por este princípio complicou-se, quando no basquetebol passaram a ser permitidos 12 jogadores, 5 jogadores de campo e 7 suplentes.

Pessoalmente, continuo a defender que, na medida do possível, o tempo de utilização num jogo de minibásquete deve ser o mais equilibrado possível entre todos os jogadores, mas há situações em que compreendo que tal gestão não é fácil, nomeadamente quando temos 12 jogadores para quatro períodos de jogo. Quando isso acontece, infelizmente surgem alguns pais, muito angustiados, porque o seu filho/a jogou menos tempo que outras crianças.

Em vez de se centrarem no essencial e preocuparem-se em saber se o seu filho/a está a gostar da modalidade, se está a gostar de estar naquele grupo, naquela equipa, se está a aprender e a evoluir, se está a lançar, passar, driblar ou defender melhor, só dão atenção ao tempo de utilização do jogo. Não interessa, se o seu filho/a está a evoluir, se está a compreender melhor o jogo, se se está a divertir.

Mais grave se torna esta situação, quando entram em comparações com o tempo de utilização de outras crianças, questionando as opções do treinador e pondo claramente em causa, quer o seu trabalho, quer a coesão de grupo.

Para os encarregados de educação que se centram excessivamente no tempo de utilização dos seus filhos, permitam-me duas sugestões: Primeira, tentem compreender se esta é uma angústia que é vossa ou dos vossos filhos. Conheço situações em que a preocupação é muito mais dos pais, do que dos filhos, e que só passa a ser dos filhos pela influência dos pais. Segunda, no caso de a preocupação ser realmente dos vossos filhos apoiem-nos, mas não tentem, com pressões sobre o treinador resolver o problema que é deles e não vosso. A vida é e será sempre feita de sucessos e dificuldades, saber lidar com as dificuldades é uma aprendizagem importante e um acto de inteligência. Se este quadro de superprotecção pode ser preocupante no escalão de Minis-12, mais grave se torna quanto mais acima for o escalão.

 

 
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