Obrigado Mário Barros

Versão para impressão
Avaliação: / 16
FracoBom 

Mário BarrosHá muito que o Mário Barros é para mim uma referência e alguém por quem tenho elevada estima e consideração. Muitas são as suas publicações no facebook, que chamam a minha atenção. Divulgar e difundir textos que podem ajudar quem quer ensinar é um dever

para quem se preocupa com a melhoria do processo de ensino/aprendizagem. No fundo todos aprendemos com todos e também com os nossos erros. Como escreveu um grande professor, Bento Jesus Caraças, “Se não receio o erro, é porque estou sempre disposto a corrigi-lo.”

Pela sua elevada qualidade é com todo o prazer que contribuo para a divulgação deste texto do Mário Barros.


A errar também se aprende

Errar é humano mas, é a errar que se aprende. Errar causa algum desconforto pois a nossa cultura ainda estigmatiza e reprime quem erra em vez de perceber ser momento para aproveitar, rever estratégias didácticas e pedagógicas e dar oportunidade ao atleta para reflectir, pensar e fazer evoluir o conhecimento.

O erro sendo uma variável no processo de desenvolvimento, abre novos caminhos para a resolução dos problemas. Cabe ao treinador estar atento, compreender as causas do erro e ajudar o atleta a corrigir. Reprimir a acção e a sua posterior reflexão cria uma sensação de incapacidade e de incompetência perante o grupo, o medo de falhar e ser de novo reprimido.

O que nos diferencia de outros é a forma como reagimos perante o erro e depois conseguimos aproveitar esse momento para fazer evoluir o atleta.  Importa pois que tanto os treinadores como os praticantes encarem o erro como algo de natural no dia-a-dia do processo de treino; todas as aprendizagens estão sujeitas a falhas.

A correcção exige uma participação activa do praticante, não bastando fazer mas, também é necessário compreender o que faz, como se faz, onde e quando se faz. A correcção do erro depende da competência do treinador na identificação das causas e nos meios que vai utilizar para os reduzir ou eliminar. A informação quando em excesso, densa e muito directiva pode ter efeitos nefastos, torna o atleta muito mais dependente do treinador e a não reflectir na sua própria execução.

No processo de aprendizagem o erro deve ser considerado como parte integrante e até estruturante desse processo. Alguns treinadores assumem uma posição de responsabilização e de repressão que tem como consequência que as crianças ou os jovens jogadores tenham um exagerado receio de falhar, errar ou arriscar o que naturalmente terá repercussão no seu progresso e desenvolvimento.

Notas finais

  1. O erro é um elemento intrínseco e necessário ao processo de ensino – aprendizagem.
  2. A necessidade do erro no processo de ensino aprendizagem fundamenta-se na consciência de que se adquire do mesmo, o que permite melhorar execuções futuras.
  3. Ao corrigir o erro é conveniente que o treinador faça incidir a correcção sobre a causa do erro e não sobre o erro em si.
  4. O treinador através da correcção tem a responsabilidade de mudar a concepção negativa que os atletas têm dos seus próprios erros.
  5. Ao treinador compete fazer com que os seus atletas consigam desenvolver competências que conduzam a detecção e correcção dos seus erros.
  6. O treinador deve optar por metodologias que tornem o atleta num elemento activo do processo.
  7. Inibir o erro limita o desenvolvimento dos jogadores, sejam ou não principiantes, o que faz com que não explorem os seus próprios limites.
  8. A inibição do erro poderá ter como consequência a formação de jogadores pouco criativos com medo de errar e sem iniciativa pessoal.

 

Comentários 

 
+2 #1 Resende 06-03-2018 10:36
Mário Barros um senhor do basquetebol português, sempre disponível pata ensinar/ trocar ideias, partilhar conhecimentos.
Abraço.
Citar
 
 
ARTIGOS RELACIONADOS: