Muitos jogos não é bom

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Muitos jogos não é bomEm qualquer desporto, o factor competição é fundamental para subir os degraus da evolução mas muitos jogos e épocas muito longas podem ser prejudicais à modalidade. É um discussão “eterna” no desporto,

será melhor o sistema norte-americano onde a época desportiva/escolar é dividida em períodos mais curtos mas com vários desportos de prática durante 9 meses ou o sistema europeu onde se pratica uma modalidade durante os mesmos 9 meses?

Pessoalmente gosto muito do sistema norte – americano devido ao facto de estar ligo ao ensino escolar e à variedade da pratica desportiva mas este artigo foca-se numa parte específica dos dois sistemas, que é o numero de jogos que se faz durante uma época.

Em todos os países que já trabalhei, em Portugal existem dois factores que não encontrei lá por fora: os horários escolares tardios e a extensão dos jogos oficias até ao mês de Junho.

Sim, concordo que mais jogos é benéfico a uma equipa mas discordo completamente como vejo a maneira como os quadros competitivos, na generalidade, são feitos em Portugal.  Neste momento, pelo país, as equipas de formação continuam a jogar, começando os jogos em Outubro e acabando em Junho, jogando quase sempre com as mesmas equipas (principalmente para quem não passa para as competições nacionais), desgastando os treinadores, pais, clubes e especialmente os atletas.

No meu ver, os campeonatos começam muito cedo, sendo muito prejudicial para o desenvolvimento natural de uma equipa de formação que, por uma questão burocrática, começa a treinar normalmente quando existe disponibilidade de pavilhão, que para muitos clubes em Portugal é quando as escolas o permitem.

Vamos imaginar (na melhor das hipóteses) que se começa a treinar na segunda semana de Setembro (quem anda na modalidade sabe que as equipas de formação ficam completas após o primeiro dia de aulas), com os jogos oficiais a começar na primeira semana de Outubro e, pior, as decisões de quem pode ir a uma final four regional a decidir-se por vezes “quase imediatamente” em 3 semanas, é muito contra procedente para o desenvolvimento de um atleta.

Não faz sentido começar a competição antes de Novembro, de modo a dar tempo às equipas organizarem-se e estruturarem-se e, aí sim, começar os campeonatos distritais de modo a que estes se alonguem até Fevereiro/Março.

Imediatamente uma pergunta surge, e os campeonatos nacionais? Bom, os campeonatos nacionais devem servir a modalidade e todas as equipas no pais, com o formato actual, servem sempre as mesmas equipas/associações, dando pouca hipótese aos todos os outros clubes.

Os campeonatos nacionais, acima de sub16, deveria logo começar com grupos formados em Novembro, e não esperar para Fevereiro. Tenho estruturado uma ideia como devem ser os campeonatos nacionais e regionais, mas deixarei para outro artigo.

Com este modelo actual, temos equipas a jogar épocas muito longas, praticamente sempre contra as mesmas equipas, desgastante para pais, treinadores e, especialmente jogadores.

O jogar muito e o treinar muito, não significa melhorar muito, alias, pelo contrário, implica um desgasto que está ligado à falta de árbitros em muitos jogos (especialmente nos momentos decisivos) e a um cenário não real do que é o basquetebol no resto da Europa, piorando a cultura da modalidade e levando à desistência precoce de jogadores a partir dos 18/20 anos.

Nuno Tavares
+351 968 341 414
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