O perigo da redoma

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O perigo da redomaO companheiro João Lima alertou-me para os resultados dum questionário sobre o minibásquete em Espanha realizado pelo Gabinete de Estudos da AEEB. Neste podemos verificar que há grandes diferenças na percepção do que deve ser o minibásquete entre os treinadores e nas diversas regiões autonómicas.

Como se pode verificar nos resultados do inquérito, não há em Espanha, unanimidade na forma de encarar o minibásquete. Não há apenas uma verdade.

Hoje não vou analisar ou manifestar-me sobre os dados do inquérito que está à disposição de todos na página web: aeeb.es ou aqui.

Contudo, foi a introdução do questionário e os tempos que continuamos a viver que me levaram a escrever este artigo.

Na introdução do questionário é dito e traduzo: “O minibásquete é onde tudo começa: a jogar basquete, a treinar, a arbitrar e acima de tudo a ser pais de meninos e meninas que jogam minibasquete. Devemos preparar para esse início todas as condições necessárias para que seja uma longa jornada de formação e experiências. Para isso, a nossa formação como treinadores será fundamental e devemos estar preparados.”

Para além da preparação técnica e pedagógica, em tempos de pandemia, temos que saber mobilizar os pais para não deixarem de trazer os seus filhos à prática do minibásquete ou mais difícil ainda, motivá-los a darem início à prática do minibásquete. Para tal temos que ter a capacidade de criar sessões de aprendizagem e treino dinâmicas e cativantes que em simultâneo transmitam confiança aos pais.

Paralelamente aos cuidados nas recomendações sanitárias, que temos que ter na organização dos treinos, também devemos alertar os pais, para aquilo que eu apelido: o perigo da redoma. Se colocarmos os nossos filhos numa redoma, indubitavelmente diminuiremos consideravelmente o risco de contágio, contudo também estamos a potenciar outros riscos, dos quais pagaremos a factura mais tarde. Se não os deixarmos socializar, se não lhes possibilitarmos uma prática regular de exercício físico provavelmente estamos a criar todas as condições para no futuro termos problemas duradouros bem difíceis de resolver.

Finalmente se gostamos da nossa modalidade, os treinadores nunca poderão dar mostras de desânimo e vejam esta situação, como uma oportunidade de desenvolver e treinar coisas que muitas vezes nos queixamos de não ter tempo para treinar.

 

 
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