O melhor apoiante

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Pai - O melhor apoiante e não o treinador de bancadaSe não tenho dúvidas que para os jovens a experiência e a prática do desporto tem efeitos benéficos importa também concordar que a atitude dos pais tem uma influência enorme. Os pais são o elo mais importante do triângulo pai-filho-treinador,

mas também pode ser nefasto o seu comportamento se não aceitarem e compreenderem o seu verdadei-ro papel.

Uma saudável prática do desporto servirá sempre como modelo positivo a seguir na abordagem de outros desafios que a vida futura lhes vai colocar.

Um desempenho correto das obrigações dos pais facilitará aos filhos uma melhor auto-estima e aprendizagem da modalidade.

Passarei então a enumerar alguma das normas que os pais devem cumprir para que os filhos disfrutem a prática desportiva.

Ganhar ou perder não define sucesso ou fracasso

Na iniciação ao desporto um dos principais objectivos é que os jovens adquiram as  ferramentos necessárias para a prática do desporto e que essa base constitua o alicerce  que pode levar à maestria.

Se a criança faz o melhor que sabe mas mesmo assim perde é criminoso focar-se no resultado e avançar com críticas; aliás as crianças não pensam da mesma maneira que os adultos.

Estas crianças estão mais interessadas na aquisição de competências do que vencer os outros a não ser que lhes digam que vencer é mesmo preciso.

As crianças mais pequenas (à volta dos 8-9 anos) acreditam que o sucesso e os bons resultados surgem como consequências dos esforços feitos, não têm noções específicas sobre o seu futuro nem ainda capacidades para avaliar as suas próprias  habilidades.

E, como ainda não são capazes de avaliar as suas próprias capacidades procuram que lhes digam se estão a melhorar em relação aos outros. Aqui os pais assumem a imensa responsabilidade de procurar não dececionar os filhos. Valorizar mais o esforço do que o resultado  é o caminho a seguir.

Pai | O melhor apoiante e não o treinador de bancada

O sucesso de uma escola de basquetebol depende sempre da qualidade das pessoas que a lideram. No entanto, pais e treinadores são os mais influentes, pois as suas     atitudes, crenças e pensamentos influem positiva ou negativamente na experiência desportiva dos jovens.

Compete aos pais escolher o clube cuja escola melhor se adapte às idades e capacida-des dos filhos, assim como verificar se a filosofia do treinador se enquadra nos valores que defendem.

A maioria dos jovens para praticar desporto precisa do apoio financeiro e emocional dos pais. Aliás, muito da nossa vida familiar está organizada em função da atividade desportiva dos filhos.

Os pais devem ser os principais apoiantes não sendo por isso aceitável, quer nos trei-nos quer nos jogos que assumam posturas inadequadas. Felizmente que a maioria tem comportamentos aceitáveis, mas basta um só para prejudicar a experiência da criança ou do próprio grupo.

É mesmo ridículo ver os pais nas bancadas a assobiar para os filhos, a fazer gestos técnicos (???), não dar indicações aos filhos enquanto jogam e evitar insultos ou ges-tos depreciativos para com aos adversários e árbitros.

Comportamentos que se explicam por ignorância no conhecimento do jogo e conside-rarem a vitória o fator mais importante.

Mas, mais importante que o resultado é o processo de desenvolvimento. Quando as crianças jogam sob pressão as suas prestações estarão sempre abaixo do seu potencial. Para ajudar os nossos filhos é necessário incentivar a concentração na tarefa; o foco não pode ser colocado no resultado porque esse está completamente fora do seu controle.

E a provar isso está o facto que muitos pais a primeira pergunta que fazem aos filhos depois do jogo é: ganhaste?

É mais importante fazer as perguntas certas como por exemplo, foi divertido, o que aprendeste hoje, o que achas que é preciso melhorar, estavas nervoso, porquê; o que é que o treinador te disse após o jogo.

Se fizermos as perguntas certas provavelmente aprenderemos bastante com as respostas.

Há, pois que modificar este estado de coisas para que na prática inicial do desporto as crianças se divirtam e, simultaneamente, se preparem para a sua vida futura, social e desportiva.

O papel dos pais na iniciação da prática desportiva

Todos os pais querem o melhor para os seus filhos, mas nem sempre conseguem en-contrar a forma mais adequada para os apoiar.

Nesta fase, a influência dos pais tem uma importância capital pois são eles que tornam possível essa atividade sem esquecer que para os filhos isso não pode ser uma obriga-ção e que devemos sempre respeitar as suas preferências.

Na iniciação é fundamental a colaboração entre pais e treinadores para ajudar o jo-vem a desenvolver-se não só na sua formação desportiva como também ao nível huma-no e social.

Sabemos bem que nem sempre essa relação é a mais correta e que nestas circunstân-cias se prejudica o desenvolvimento pessoal e desportivo dos jovens.
Por isso, é importante que os pais estejam em sintonia com os treinadores eliminando críticas negativas, tanto nos treinos como nos jogos e procurando antes ter uma pos-tura compreensiva.

Em relação aos filhos ter sempre uma atitude de interesse pela sua atividade no des-porto, pondo enfase no disfrute e no esforço mais do que no resultado e ter um com-portamento exemplar durante os jogos e não dar indicações aos filhos enquanto jogam assim como evitar insultos ou gestos depreciativos para com aos adversários e árbi-tros.

As crianças gostam da companhia dos pais principalmente nos jogos para partilhar os seus feitos ou serem confortados quando as coisas não correm bem.

A formação académica é o mais importante, mas ameaçar os filhos com castigos se as notas não forem melhores não é solução; há outras formas de castigar sem privar as crianças de todos os benefícios que a prática desportiva traz; sem deixar de referir que quando um pai castiga um jogador está a castigar toda a equipa.

 

Comentários 

 
0 #1 Humberto Gomes 13-11-2021 12:57
Mário Barros, partilhou conhecimento e enriquecedora experiência, está... partilhado ! Para (muito) refletir, vir a ser e a sentir, para, afinal, chegar ao saber. Com afeto, aquele abraço.
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