Seleccionar atletas de topo

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altSerá escolher atletas de topo, o objectivo mais importante no minibásquete, na realidade do nosso país?

Já por diversas vezes manifestei a necessidade de investir seriamente num programa de desenvolvimento das primeiras etapas da formação. Em Portugal nunca houve a nível dos organismos oficiais e das federações um claro investimento neste sector. Já o escrevi aqui neste site, que sem investimento não há desenvolvimento e também já mencionei que “a grande deficiência do desporto português, ao longo dos tempos, tem sido a falta de uma estratégia consistente e contínua num sector tão importante como o da formação das primeiras etapas.”

Compreender as estratégias que a Federação Canadiana, que conta com a colaboração com os Toronto Raptors tem para desenvolver o basquetebol no Canadá, é ajudar-nos a entender o erro estratégico do desporto em Portugal. Li o manual produzido em torno da figura de Steve Nash e tenho acompanhado atentamente e com muito interesse todos os artigos da Semana do Basquetebol Canadiano. Várias foram as passagens que mereceram a minha a minha atenção e revejo-me nas linhas orientadoras do programa do Steve Nash Youth Basketball.

Não há muito tempo numa reunião federativa em que se discutiam conceitos do minibásquete, afirmei que se vivesse na Lituânia ou na Letónia não teria certamente a mesma estratégia para a captação e fomento, sector onde o minibásquete está inserido na Federação Portuguesa de Basquetebol. A razão é muito simples, enquanto em Portugal todas as crianças querem ser jogadores de futebol, nos países bálticos, querem ser jogadores de basquetebol. E este facto cultural e social faz toda a diferença na definição e preocupação de quem tem por incumbência encontrar formas de cativar e fidelizar crianças à modalidade. Realidades diferentes levam a estratégias diferentes. Todas as federações tem por objectivo difundir a sua modalidade e fidelizar os seus jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes e público em geral. No fundo é necessário ter a capacidade de pensar nas coisas globalmente e implementá-las localmente. Foi por esta razão que, de todas as ideias expostas há uma ideia, que por ter subjacente uma concepção com a qual me identifico, chamou a minha atenção. Para além do facto de no Canadá todas as crianças quererem ser praticantes de hóquei no gelo, segundo Ron Yeung: “A grande diferença entre o Canadá e os Estados Unidos é o número da população. Com uma população bem menor do nosso lado, a ênfase é colocado na educação e desenvolvimento, ao contrário de estarmos apenas a escolher atletas de topo para fins competitivos.”

 

Comentários 

 
+1 #1 L F Cristóvão 19-02-2011 12:17
Fiquei contente quando li esta semana no Jornal A Bola que a Federação de Rugby está a preparar uma formação sobre o desporto para pais. Acho que finalmente se começam a dar passos nestes país para que o desporto seja um fenómeno olhado do ponto de vista formativo e não exclusivamente competitivo.
A Fed. Canadiana tem também essa preocupação. Formar pais, chamá-los para colaborar nas equipas, seja enquanto treinadores, directores ou em outras tarefas, é ajudar a crescer este desporto.
Para além disso, acredito que existem centenas (senão milhares) de antigos praticantes em Portugal que apenas precisariam de encontrar um estímulo que os fizesse voltar a ajudar em alguma coisa.
Tenho encontrado muitas pessoas que têm essa vontade. Falta, da parte dos organismos compententes, um apelo que conjugue estas vontades.
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