Riqueza pedagógica e educativa

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Rogério MotaO meu contacto com o Basquetebol deforma mais organizada e estruturada não aconteceu na idade dos Minis,

talvez porque nessa altura de criança ele não aparecesse ou não tivesse muitas condições materiais, pelo menos na minha terra. Também porque o mais normal nas crianças da época, falamos da década de 50, era o futebol nos recreios das escolas ou na rua.

Comigo o Basquetebol apareceu mais tarde, já no Liceu e por volta dos 14 anos no enorme clube que é a Associação Académica de Santarém pela mão e vontade de Joaquim Campos, creio que era este o seu nome, antigo jogador do Sporting e do Sporting das Caldas, funcionário da Câmara em Santarém e que transportava para os treinos no seu carro os 5 primeiros que lhe pediam boleia para a Escola de Regentes Agrícolas a meia dúzia de quilómetros do centro da cidade.

Com o Minibasquete propriamente dito o meu contacto foi por razões da minha formação académica, quando no INEF comecei a ouvir falar do que se passava em Moçambique com a dinâmica criada pelo Cremildo Pereira e da passagem de nomes como Teotónio Lima; Noronha Feio; Carlos Abreu professores de Educação Física, por essa ex-colónia Portuguesa. Depois por necessidade de preparação e informação da minha profissão e já completamente metido no Basquetebol por paixão, nas leituras de variados documentos produzidos especificamente sobre o Minibasquete.

Mas o verdadeiro contacto com essa realidade acontece com a possibilidade e o privilégio que tive de conhecer o senhor professor Mário Lemos e assistir à enorme riqueza pedagógica e educativa que constituíam os convívios realizados no Colégio Militar, nos polidesportivos ao ar livre.

Por ali passavam muitas e muitas crianças desempenhando as mais diferentes tarefas que constituem a estrutura da modalidade- praticantes, a essencial, mas também árbitros- os amigos e até treinadores- alguns às vezes já um pouco mais velhos, sem interferência ou pressões de familiares ou amigos mais adultos.

Foi essa enorme dinâmica pedagógica, educativa e formativa, mais tarde continuada na proposta do Prof. Mário Lemos à Associação de Lisboa para a criação do escalão de Infantis, onde acabei por participar com algumas crianças de uma zona carenciada da cidade, Marvila que me levou ao contacto prático com essa bonita realidade e experiência que constituía o Minibasquete à época.

Por isto que acabei resumidamente de descrever e que me ficou na memória não quis deixar de corresponder à solicitação do Comandante San Payo Araújo de prestar um depoimento sobre o Minibasquete para relembrar e homenagear, o que dentro das minhas limitações e possibilidades venho fazendo em especial no Desporto Escolar, um nome para mim de enorme carisma e relevo no nosso Minibasquete, o professor Mário Lemos.

Creio que no quadro da modalidade e no âmbito das actividades do Minibasquete ainda não lhe foi devidamente reconhecido o enorme e importante trabalho pedagógico que realizou e que tanto merecia hoje ser olhado com toda e a máxima atenção por todos os que de algum modo se encontram envolvidos no Minibasquete.

Desta iniciativa espero que algo nesse sentido possa vir a ser encarado.

 

 
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