Derrota extremamente injusta

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Jessica AlmeidaMiskolc (Hungria) – Portugal esteve à beira de conseguir um resultado histórico no Campeonato da Europa de Sub-18 Femininos, Divisão B,  durante a 3ª jornada da fase preliminar que ontem se concluiu.

A derrota frente às anfitriãs por apenas um cesto aconteceu no último minuto, com toda a equipa da Hungria, staff incluído, a festejar a vitória que acabou por lhes sorrir com uma pontinha de sorte.

Sabendo de antemão que as nossas adversárias tinham um handicap tremendo em termos de estatura (8 jogadoras acima de 1,80m), o seleccionado luso entrou na partida com uma atitude exemplar, disputando cada lance com grande determinação.  Jogando concentradas, as nossas representantes souberam seleccionar os lançamentos, com realce para o tiro exterior (3 triplos no 1º período), factor decisivo para se chegar com vantagem ao final dos 10 minutos iniciais (19-16).

Denotando grande dificuldade em atacar a zona montada pelas portuguesas, a equipa da casa, pese embora a superioridade nas tabelas não conseguia converter em cesto as oportunidades criadas. Por seu turno, Joana Jesus, verdadeiramente endiabrada, continuava com a pontaria afinada nos lançamentos do perímetro (mais 2 triplos), com Jéssica Almeida a liderar a equipa nas movimentações ofensivas. Lutou-se muito no 2º período (8-9), tendo-se atingido o intervalo com Portugal na frente do marcador (27-25).

No reatamento a Hungria começou por operar a reviravolta (27-29) no minuto 23 e pouco depois de Jéssica Almeida ter empatado a partida (29-29), voltou de novo ao comando (29-31) no minuto 24. Completamente desinibidas e acreditando que era possível continuar a fazer a vida negra às magiares, as comandadas de Kostourkova impuseram um parcial de 9-0, o que levou o treinador húngaro a parar o cronómetro à entrada do minuto 26, com o resultado em 38-31, favorável às nossas cores. Joana Jesus que já tinha marcado 5 pontos consecutivos (1 duplo e 1 triplo) no parcial atrás referido, com Carolina Anacleto a acertar também uma bomba antes do desconto de tempo pedido pela Hungria, ainda aumentou a vantagem lusa para 9 pontos (40-31). Até final do 3º quarto (13-9), a equipa da casa ainda conseguia reduzir a diferença para 6 pontos (40-34), com um triplo de Dóra Koch no minuto 29.

Portugal manteve-se no comando durante o último período (6-14) até ao minuto 39. Com a nossa melhor marcadora (Joana Jesus) a ser alvo de uma marcação box- and-one, a selecção lusa denotou grandes dificuldades em atacar o cesto (apenas 6 pontos conseguidos) enquanto a Hungria, ao carregar no ressalto ofensivo, foi ganhando posses de bola consecutivas e também acertou 2 triplos nos minutos 37 e 39. Com 1minuto e 51 segundos para jogar Kostourkova pediu um desconto de tempo, estando ainda a nossa equipa na frente (46-45), mas a vitória húngara acabou por se consumar no minuto 40 com um duplo de Fanni Szabó (46-47) e a 1.4 segundos da buzina Diána Miháczi selou o resultado final da linha de lance livre (46-48).

Nas vencedoras a nº 11, Fanni Szabó foi a mais valiosa (12 pontos, 4/5 nos duplos,  3 ressaltos defensivos, 3 assistências e 4 roubos), tendo sido decisiva na recuperação da sua equipa pois foi a autora de 5 dos últimos do 6 pontos da sua equipa, nos últimos 2 minutos da partida.

Na selecção portuguesa destaque para as prestações de um trio formado por Jéssica Almeida, MVP do encontro (12 pontos, 4 ressaltos defensivos, duas assistências, 4 roubos e 5 faltas provocadas), Inês Pinto, que foi uma gigante em termos defensivos (4 pontos, 9 ressaltos sendo 4 ofensivos e 1 desarme de lançamento) e ainda Joana Jesus, melhor marcadora do jogo (21 pontos, 5/11 nos triplos, 1 ressalto defensivo, 1 roubo e 3 faltas provocadas) tendo visto a sua valorização ser penalizada pelos 6 turnovers cometidos. 

Em termos globais, o triunfo da Hungria assentou fundamentalmente na supremacia evidenciada nas tabelas (32-49 ressaltos),  tanto na tabela defensiva (22-32) como na ofensiva (10-17) e na maior eficácia dos tiros de 2 pontos (30%-40%). Foi ainda mais colectiva (7-11 assistências) e provocou mais faltas (12-15).

Por seu turno Portugal foi mais certeiro nos tiros do perímetro (30%-22%), com 7 triplos em 23 tentativas contra 4 em 18 tentados pelo adversário e esteve melhor nos roubos de bola (17-9), com reflexo nos erros cometidos (19-25 turnovers).

“Excelente atitude defensiva e bom controlo do jogo durante grande parte do encontro. No último período sentimos grandes dificuldades à atacar e não conseguimos bloquear a nossa tabela nos últimos 2 minutos, dando a possibilidade de o nosso adversário ganhar sucessivas posses de bola. Espero que com esta actuação, a equipa ganhe confiança para o resto do campeonato”, sintetizou Kostourkova no final .

Ficha do jogo

Portugal (46) - Catarina Neves (2), Jéssica Almeida (12), Joana Jesus (21), Raquel Jamanca (3) e Vânia Sousa ; Inês Pinto (4), Carolina Anacleto (4), Joana Canastra , Mafalda Barros e Nádia Fernandes

Hungria (48) - Noémi Czirják (2), Janka Hegedüs (7), Fanni Szabó (12), Amadea Szamosi (6) e Judit Barnai (2); Zsófia Licksai (3),  Szonja Vukov, Dóra Koch (8), Regina Pap (3), Fanni Csutorás (2), Viktória Fuisz e Diána Miháczi (3)

Por períodos: 19-16, 8-9, 13-9, 6-14  

Árbitros: Vladyslav Isachenko (Ucrânia), Nikolaos Somos (Alemanha) e Seppo Nyström (Finlândia)

No outro jogo do Grupo B, a Croácia ao vencer a Suiça por 87-22 terminou a 1ª fase invicta. Hungria (duas vitórias e uma derrota), Portugal ( uma vitória e duas derrotas) e Suiça (3 derrotas) seguiram-se-lhe na classificação.

Hoje é dia de descanso. Amanhã principia a 2ª fase da competição, com Portugal a integrar o Grupo E (Bielorússia, Alemanha, Bulgária, Croácia e Hungria). O primeiro jogo da nossa equipa nesta fase é amanhã (2ª feira)  frente à Bielorússia (16h00).

 

 
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