Timeout com Filipe da Silva

Versão para impressão
Avaliação: / 1
FracoBom 

altFilipe da Silva, quem não conhece este jogador? O base internacional que neste momento actua na equipa francesa Evreux, PRO B, nascido em Guimarães e pai de dois rapazes é um verdadeiro embaixador do basquetebol português no estrangeiro.

Filipe fez parte da selecção nacional que em 2007 surpreendeu a Europa e o Mundo ao conquistar o nono lugar no Eurobasket, deixando para trás potências históricas do basquetebol europeu como a Sérvia ou a Croácia, é o escolhido pelo actual seleccionador Moncho Lopez para assumir a posição de base da equipa das quinas.
 
Filipe, antes de mais, obrigado pela disponibilidade para responder às nossas questões. Tens saudades de Portugal?
É com grande prazer que respondo às vossas perguntas. Claro que tenho, é o meu pais!!! A cada semana tento ter noticias, através de vários amigos, e saber o que se passa na nossa modalidade. 
 
A tua equipa está nos seis primeiros classificados na PRO B Francesa. Esperavas esta prestação?

Por ser honesto, não! É que em 18 equipas, temos o 14º orçamento da liga, no valor de 1,4 milhões de euros. Além diso, a equipa tem muitas caras novas (7) relativamente ao ano anterior. Mas somos todos ambiciosos e ninguém gosta de perder!
 
Quais são os objectivos para o Play-Off?
Ainda faltam 3 jornadas e está muito ainda por decidir na classificação geral, mas vamos tentar acabar nos 4 primeiros para ter a vantagem de jogar em casa na primeira ronda. Depois é um novo campeonato que começa.
 
Depois de uma época deste nível, o regresso à Selecção é praticamente certo?
É verdade que estou a fazer uma época excelente. Estou nomeado para ser o MVP da liga como “francês” e já surgiram alguns contactos com clubes da ProA. Só tenho que agradecer ao meu treinador, porque tem confiança absoluta em mim, à imagem da dupla Valentim e Orlando, e ao João Freitas, com quem também trabalhei. Regressar à selecção, para ser sincero, ainda não sei! Acho que chega uma altura em que temos de passar o “testemunho” ao mais jovens e estou a reflectir. 
 
Como é visto em França o basquetebol Português?
O campeonato português era bem visto há alguns anos atrás, quando ainda existia a liga profissional. Jogadores americanos trocavam o campeonato gaulês pelo português e “vice-versa”, mas agora os treinadores franceses são reticentes, porque não sabem o que vale o campeonato luso.Planeias voltar a jogar em Portugal?Sim, mas tem de ser vantajoso para mim e minha família. 
 
Quando terminares a carreira de jogador gostarias de continuar ligado à modalidade? Como?
Claro que sim! Tenho esperanças de ser treinador. Tenho o nível 2 e este ano queria passar ao nível 3, mas isso não está ainda na minha lista prioritária. Aqui em França , temos mais possibilidades de treinar porque há muito mais equipas e ligas, porque cada equipa profissional tem de ter o centro de formação. 
 
Pareces ser capaz de defender qualquer jogador. Qual é o segredo?
Agora não é bem assim , os anos vão passando (riso)! Aqui em França, onde fui formado, o basquetebol esta mais orientado nas qualidades físicas e defensivas. Quando era jovem, o discurso dos meus treinadores profissionais obrigava-me a pensar em defender em primeiro lugar e só depois podia pensar em atacar! Essa é a primeira ideia para ganhar minutos de jogo.
 
Qual é para ti, a chave para defender a jogada mais utilizada no basquetebol de hoje em dia, o pick-'n'-roll?
A defesa do pick-n-roll , tem de ser uma defesa colectiva. Temos várias maneiras de defender o pick e temos de escolher uma delas consoante os adversários e o scouting, mas para conseguir contrariar esta jogada, os jogadores devem ter todos fundamentos necessários para defender esta situação. 
 
O que é mais valioso para ti, um triplo ou uma assistência? Porquê?
Sem dúvida nenhuma, uma ASSISTÊNCIA! Porque tem para mim um maior significado: partilhar a bola e dar a felicidade de marcar a um colega. Não nos podemos esquecer que estamos a falar de um desporto colectivo...
 
Quem eram os teus ídolos/referências quando começaste a jogar?
Jordan claro! Mas a minha referência era John Stockton e agora Steve Nash.
 
Qual foi o(s) momento(s) que mais te marcou enquanto jogador?
Foram vários, o meu primeiro jogo com a selecção. O último jogo contra Israel que nos deu o apuramento para o Euro em Espanha. O apuramento para a segunda fase do europeu em Espanha, graça à vitoria da Croácia contra a Espanha. O jogo contra a selecção francesa  no torneio de Paris, onde fui formado. O jogo amigável contra a selecção espanhola em Logrono, onde fiz o melhor jogo da minha carreira!
 
Qual foi o jogador que mais gostaste de defrontar na tua carreira?
Vários, porque tive a sorte de ter estado no ponto mais alto do basquetebol português, o europeu. Gasol, Parker, Papaloukas, Calderon, Kirilenko ... 
 
E em relação aos colegas de equipa. Qual foi o jogador que mais gostaste de ter a teu lado?
Todos eles ... mas duas pessoas são especiais para mim José Costa e Pedro Nuno.
 
Ao longo da tua carreira já foste orientado por vários treinadores. Qual foi o treinador que mais te marcou? Porquê?
Todos eles me marcaram porque aprendi sempre algo! E tornaram-me num melhor jogador.
 
Quais são as qualidades que um jogador deve ter para poder jogar na posição 1?
Uma excelente visão e uma grande leitura de jogo para resolver as várias situações que podemos encontrar.
 
Que podes aconselhar aos jovens jogadores que ambicionem ter êxito enquanto basquetebolistas?
Trabalhar, trabalhar, trabalhar porque foi assim que eu o consegui!
 
O que acha o Filipe da Silva do site Planeta Basket?
Excelente! Podemos ter acesso a qualquer tipo de informação, seja a nível de formação, a nível sénior etc. Dá uma credibilidade ao nosso desporto! Parabéns! 
 
Nós, Planeta Basket, gostaríamos de te convidar para te tornares nosso colaborador. Gostaríamos de saber tudo sobre a organização da formação e do basquetebol profissional em França. Tudo sobre as principais equipas, jogadores e eventos. Aceitas?
Claro que sim porque sou um apaixonado do nosso desporto!

Abraço