Um contra um com Paulo Cunha

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altVeja aqui a entrevista a Paulo Cunha, uma das maiores figuras do nosso basket da actualidade, tanto ao serviço do FC Porto como da Selecção Nacional. Paulo Cunha que foi recentemente submetido a uma operação ao joelho esquerdo e que o vai afastar da competição por alguns meses, fala-nos dos sucessos recentes da Selecção Nacional Portuguesa e da sua carreira na FC Porto.

Em primeiro lugar, parabéns a ti e aos teus colegas de selecção que voltaram a demonstrar a raça que já vos caracteriza, tendo conseguido acabar a primeira fase da qualificação para o Campeonato da Europa na Polónia com três vitórias consecutivas. O teu comentário a esta reviravolta?

Na minha opinião o mais importante para a reviravolta foi termos conseguido a primeira vitória. Essa vitoria além de aumentar a moral de todos, deu-nos como que a fórmula para conseguir as vitórias seguintes. Outro factor fundamental foi a total adaptação entre jogadores e treinador,  ou seja, adaptação do estilo de jogo proposto pelo treinador ao estilo dos jogadores disponíveis,  tornando o jogo de Portugal o ideal.

Tudo começou na Estónia onde explodiste e mostraste o teu basket. O que te motivou para essa excelente exibição?

No jogo contra a Estónia sabíamos que não havia mais margem para erros, a partir daquele momento não podíamos perder mais para ainda sonhar com o europeu. Antes do jogo sentimos a equipa mais preparada e mais unida do que nunca, perfeitamente conscientes do que era necessário fazer em campo para levar de vencida a Estónia. Em relação a mim, tive toda a confiança do treinador antes do jogo, dando-me a liberdade para fazer o meu jogo, confiança essa que continuou durante todo o jogo. Acho que essa confiança em mim demonstrada pelo Moncho foi o fundamental para as minhas exibições nos 3 últimos jogos, pois mesmo quando as coisas não me saíam bem, sabia que tinha a liberdade total para continuar a fazer o meu jogo.

Portugal foi brilhante no jogo com a Letónia. É raro ver uma equipa marcar 19 triplos numa partida. O que vos disse o Moncho Lopez antes do jogo?

É dificil lembrar o que disse ou fez o Moncho antes do jogo, mas a relação de cumplicidade criada entre ele, o resto do corpo técnico e todos os jogadores foi o fundamental. Não existia qualquer tipo de pressão entre todos, todos sabíamos que tínhamos e que poderíamos vencer a Letónia sem que isso tenha sido considerado um caso de vida ou morte. O Moncho conseguiu dar toda a confiança e serenidade a toda a equipa e esse foi o segredo para a vitória e para as altas percentagens no jogo.

Nova época no FC Porto que é talvez a única equipa que assegurou os três jogadores mais influentes do ano passado, nomeadamente tu, o Nuno Marçal e o João Figueiredo. Esta sólida base, com certeza, aumenta as aspirações Portistas para a próxima época. O teu comentário?

Foi importante para o FC Porto assegurar a nossa continuidade porque já nos conhecemos bastante bem, sabemos o contributo que cada um pode dar à equipa e somos jogadores que conhecemos o sucesso e qual o caminho a percorrer para lá chegar. Essa opção do FC Porto vai ser fundamental nos momentos das grandes decisões.

Alberto Babo saiu, entrou Júlio Matos. Podes, para os leitores de Planeta Basket, caracterizar de forma breve, cada um deles?

É sempre difícil caracterizar diferentes treinadores. Cada um tem as suas ideias, regras e filosofias de jogo, mas são ambos muito bons treinadores. O FC Porto está excelentemente bem servido, quer tivesse tomado a decisão de manter o Alberto Babo, quer pela decisão que acabou por ser tomada que foi a de trocar de Alberto Babo por Júlio Matos.

Qual é o jogador que mais admiras, quem é o teu ídolo? Porquê?

Neste momento não tenho referências em nenhum jogador em particular. Já tive o prazer de jogar contra os melhores jogadores do mundo, cada um com as suas características e todos com aspectos do seu jogo que me fascinam.

Qual é o melhor jogador contra quem já jogaste e porquê?

Apesar de já ter jogado com muitos jogadores, uns melhores do que os outros, o jogador que mais me impressionou dentro de campo e que considero o melhor dos melhores foi e é o Kirilenko dos Utah Jazz.

De que forma costumas passar a paragem de Verão? Preparas-te de alguma forma especial para a época seguinte?

Ultimamente, os meus Verões têm sido passados ao serviço da selecção nacional o que não tem proporcionado muito tempo para realizar algum tipo de trabalho específico durante o tempo de férias.

Que concelho podes dar aos jovens jogadores portugueses?

O conselho que posso dar aos jovens jogadores é que joguem basket para fazer amigos, para se divertirem, mas nunca deixem de procurar melhorar o seu jogo em todos os aspectos porque não existe sensação melhor do que acabar um jogo cheio de orgulho por se sentir que conseguimos ser os melhores, quer individualmente, quer como equipa. Além disso por melhores jogadores que achem que são ou que vos digam que vocês são, ter sempre a Humildade e a inteligência de continuar a estudar independentemente dos sacrifícios necessários para o fazer.

Costumas visitar o site Planeta Basket? Porquê?

Sim, costumo visitar o site planeta basket principalmente porque, como adoro basket, adoro andar informado com as novidades no mundo do basquetebol como gosto de saber as opiniões de outros acerca dos vários temas basquetebolisticos. Um grande abraço e continuação do excelente trabalho!

 

 
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