O mundo de Sofia

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alt"Tanto na vida pessoal como na de jogadora, nunca me contento com o que tenho, felizmente sou ambiciosa, e ponho sempre o meu limite muito alto. Queria mais, e infelizmente em Portugal não estava a encontrar o que queria, o basquetebol em Portugal já não me motivava. Assim lá fui à aventura e ainda bem ;)"

És originária da Póvoa do Varzim, tendo iniciado carreira no Desportivo da Póvoa. Que ligações ainda manténs com a cidade e com o clube?

Sim, sou natural da Póvoa de Varzim e o Clube Desportivo da Póvoa foi o meu 1º clube, onde me iniciei na modalidade com 12 anos. Apesar de estar no pais vizinho mantenho-me sempre a par das noticias da cidade e do clube, como também do campeonato nacional. Tenho sempre o meu informador pessoal (risos), o meu pai, mas sempre que posso vejo o que vai saindo na internet, mas no feminino consigo mais informação através do meu pai.

Ao Desportivo da Póvoa seguiu-se o Santarém Basket, onde conquistaste o título de Campeã Nacional. O que sentiste quando terminou o jogo 5 da final com a ESSA?

Foi um jogo muito especial, não só por ser o 5º e estarmos a jogar em casa, com o pavilhão cheio, não queríamos desiludir o nosso publico nem a nós mesmas, pelo ano difícil que passamos, mas no final valeu a pena. Foi um jogo perfeito, tivemos as 5 jogadores do quinteto inicial acima dos 15 pontos com percentagens incríveis, aquele era o nosso dia, o nosso campeonato... para além disto tudo, pessoalmente, eu tinha um motivo muito mais forte. Foi um ano muito difícil para mim, com a perda de uma das pessoas mais importantes na minha vida, o meu avô, e eu queria dedicar-lhe aquele titulo, aquele campeonato a ele, tal como o fiz... sei que ele estava lá comigo e que se orgulhou muito de mim. Assim que no final do jogo foi uma mistura de muitas sensações, simplesmente inexplicável.

Na época seguinte foste jogar para Espanha. O que te levou a dar este salto?

Antes da minha ida para Santarém já tinha em mente mudar-me para o pais vizinho, mas nesse ano não se concretizou assim que o meu destino foi Santarém. Tanto na vida pessoal como na de jogadora, nunca me contento com o que tenho, felizmente sou ambiciosa, e ponho sempre o meu limite muito alto. Queria mais, e infelizmente em Portugal não estava a encontrar o que queria, o basquetebol em Portugal já não me motivava. Assim lá fui à aventura e ainda bem ;)

Como foi a adaptação a Espanha?

Confesso que a 1ª semana difícil, porque apesar da minha motivação, do meu querer, estava longe de casa e isso foi o que mais me custou. Mas logo passou, pois encontrei um grupo espectacular que me ajudou bastante e o facto de a Carla Freitas estar na mesma equipa também ajudou muito, sempre íamos falando português para matar as saudades. Mas tirando as saudades a adaptação foi muito boa e rápida.

Em termos de estilo de jogo, quais são, para ti, as principais diferenças entre a Liga Portuguesa e a Liga Espanhola?

Existem grandes diferenças no meu entender. Não quero pôr ninguém em causa, e espero que com a minha simples opinião ninguém se ofenda, mas parece que os nossos vizinhos levam o trabalho e o treino muito mais a sério. A maior diferença para mim é a nível técnico e ritmo de jogo. Apesar de terem varias jogadoras comunitárias, vê-se todos os anos jovens jogadoras com um nível muito alto. Prova dessa diferença é que a Liga II espanhola, no meu ver, é muito melhor que a nossa Liga I.

Que objectivos tens para a tua carreira? Gostarias de voltar a jogar em Portugal?

Sim gostaria de voltar a Portugal, mas não para já. Ainda acho e sinto-me em condições físicas para jogar mais uns aninhos em Espanha. Um objectivo a curto prazo é jogar novamente na Liga I. E como sempre ir todos os dias melhorando, pois na vida estamos sempre a aprender.

És presença assídua da Selecção Nacional Feminina. O que sentes ao envergar a camisola das Quinas?

É sempre um orgulho representar o meu pais, vestir a camisola das quinas e ouvir o nosso hino é uma sensação única, mas infelizmente as coisas parecem não estar muito bem, mas sobre este assunto prefiro não comentar.

Ao longo da tua ainda curta carreira, qual foi o momento que mais te marcou? Porquê?

Tenho vários momentos, cada um com sabor diferente, mas se tenho que escolher só um, então escolho o campeonato ganho em Santarém, por ter sido dedicado ao meu avô. O 1º ano em Ferrol, também foi muito especial foi um calar a boca a muita gente.

Qual foi a adversária mais difícil que tiveste de defrontar? E porquê?

Difícil pergunta...já tive varias jogadoras difíceis de defender, mas são essas que dão gosto de jogar contra, mas gosto sempre de pensar nelas como uma jogadora mais e que quem tem que ter medo são elas (risos). Mas jogar contra e com a Ticha Penincheiro e a Susana Soares. São jogadoras que admiro muito.

Se pudesses escolher um(a) jogador(a) para jogar 1x1, quem gostarias de enfrentar?

Sem duvida Sir Michael Jordan, e se fosse mulher a Cynthia Cooper.

E em relação às tuas colegas de equipa. Qual foi a jogadora que mais gostaste de ter a teu lado?

Várias, mas como já referi em cima, a Ticha e a Susana por tê-las como referências desde que iniciei a pratica da modalidade.

Que conselho podes dar às jovens jogadoras Portuguesas que vêm em ti um exemplo?

Que trabalhem cada dia mais e mais, nunca fiquem satisfeitas com o que têm e o que alcançaram pois pode-se sempre fazer mais e melhor, o nosso limite somos nós mesmos que o pomos. E acreditem sempre em vocês, nada nem ninguém @s pode deter, nem deitar abaixo.

 

 
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