O basquetebol torna-se um jogo simples quando quem lidera possui competência, verdadeiro interesse pelos atletas e amor pelo jogo.

Bill Self (Universidade de Kansas), Fran Fraschilla (analista ESPN substituindo John Calipari), Larry Brown (SMU) e Del Haris (substituiu Greg Popovich) encantaram uma plateia de mais de 100 treinadores no pavilhão da universidade Metodista do Sul. O local do clinic é um dos mais míticos pavilhões do estado do Texas, palco de grandes jogos no passado, vitórias e títulos, com um presente menos risonho a instituição aposta forte numa nova equipa técnica onde se encontram antigos jogadores da NBA (como Eric Snow e George Lynch) liderado por um “hall of famer”, considerado um dos mais prestigiados treinadores da história do jogo, Larry Brown.

Este foi o mestre-de-cerimónias e começou por referir que os jogadores sabem logo em 5 minutos de treino se os treinadores se preocupam ou não com eles, se somos ou não competentes, por isso, devemos sempre ser muito frontais e honestos com tudo o que fazemos, mesmo que por vezes possa parecer injusto ao início para o jogador. Mas, se acreditarmos que a médio longo prazo é o melhor, então não devemos hesitar.

De seguida apresentou Bill Self (Universidade de Kansas) o qual considerou na sua opinião o melhor treinador norte-americano da actualidade.

Bill Self

Uma das primeiras características que notei foi o facto de ser uma pessoa com uma linguagem muito simples e muito clara, todas as suas palavras e frases eram ditas com tremenda objectividade e convicção o que permitia desde logo perceber que é um treinador muito objectivo nos princípios que defende, mas no entanto, muito consciente que tem limitações e que todos os dias está disposto a aprender cada vez mais. Às paginas tantas refere que “os jogadores são o nosso maior bem, temos que ser exigentes a todos os minutos mas sempre justos e muito honestos com eles, devemos ter carinho e preocuparmos para além do que se passa dentro do campo de basquetebol”.

Defende que o jogo está constantemente a mudar e que não podemos entrar nas “modas” porque o que hoje é o correcto muito provavelmente amanha não irá servir, logo temos que ter a nossa filosofia de jogo e acreditar nela, ou seja, acreditar nas bases que nos caracterizam como treinadores (aplicado às características do nossos jogadores, equipas e tudo o que envolver a sua cultura) e a partir daí construir o nosso pensamento.

De seguida começou a descrever um conceito interessante do seu ataque referindo: “não é o que a minha equipa faz na suposta acção principal de uma movimentação ou jogada mas sim tudo o que está a passar-se por trás da mesma que é importante”, exemplificando então com algumas movimentações demonstradas por um grupo de jogadores presentes no clinic.

Continua falando da sua experiencia como treinador da Universidade de Tulsa onde tinha uma equipa relativamente baixa referindo que: “ o tamanho dos jogadores não deve ditar a maneira como jogamos”, pois aquilo que treinamos e a maneira como exploramos as melhores qualidades dos nossos jogadores é o que nos faz ter mais ou menos sucesso. No seguimento deste ponto Bill Self refere que foi na Universidade de Tulsa que aprendeu a verdadeira importância de leitura do ataque onde refere que quase nunca (havendo sempre excepções) devemos acabar o ataque no primeiro bloqueio mas sempre no segundo ou terceiro pois é onde a defesa está mais vulnerável.

Acaba quase duas horas de intervenção dizendo o seguinte (respondendo a uma pergunta do público sobre o que lhe dá mais prazer enquanto treinador) “aquilo que mais prazer me dá é construir equipas do zero, começar um processo todo de recrutamento e passado 2 a 3 anos começar a ver resultados, nada mas nada se consegue amanhã, temos que dar tempo para que as peças se encaixem e os caminhos curtos para o sucesso mais tarde ou mais cedo trazem uma factura muito elevada para pagar. Acreditem no processo e façam os outros acreditar mas sempre abertos a ouvir, aprender e a liderar quando a altura chegar mediante a vossa filosofia. “

Amanhã irei publicar a continuação do clinic de SMU com a intervenção de Del Harris, um dos treinadores com mais jogos na história do basquetebol norte-americano.

Deixo o meu email abaixo para quem desejar saber pormenores sobre a intervenção de Bill Self pois é impossível relatar duas horas de intervenção num artigo, estarei totalmente disponível.

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