Estamos no caminho certo

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altNo rescaldo da primeira volta do Campeonato da Europa de Seniores Femininos, Divisão B, que para a selecção nacional portuguesa terminou no passado sábado, na Macedónia, com a terceira vitória consecutiva, registámos a opinião de Carlos Portugal, seleccionador nacional.

Recorde-se que, independentemente dos resultados que se venham a verificar na derradeira jornada, depois de amanhã (dia 10/9), Portugal termina no segundo posto da classificação, do Grupo B, com 3 vitórias e 1 derrota, totalizando 7 pontos em quatro jogos. A liderança passará certamente para as mãos da Suécia, que ainda não perdeu e não acreditamos que isso venha a acontecer no confronto com a Macedónia, até porque as nórdicas actuam no seu ambiente. 

(Planeta Basket) – Relativamente ao que era expectável, qual a sua opinião neste momento em que está concluída a 1ª volta?

(Seleccionador Nacional) – Penso que estamos no caminho certo para poder atingir os objectivos traçados, muito embora a nossa entrada no campeonato não tenha sido feliz, mas com o espírito de equipa reinante (e aqui quero incluir não só as jogadoras mas também todo o staff), que foram determinantes para ultrapassar uma derrota com que realmente não contávamos. A partir daí voltámos ao trabalho com redobrado empenho e foi possível fazer uma 1ª volta de acordo com o real valor da selecção nacional, colocando-nos claramente na rota ideal para um final que se deseja agradável. 

(PB) – E as jogadoras?   

(SN) – Elas foram inexcedíveis na entrega verificada em treinos e jogos, de acordo com tudo aquilo que lhes foi pedido. Não é fácil entrar mal num campeonato e ter capacidade para reagir ao infortúnio e demonstrar que somos fortes não só a jogar basquetebol, mas também no aspecto físico e anímico. Naturalmente que com jogadoras de grande carácter e dedicação ao País, todos nós staff da selecção nacional, formamos um grupo coeso onde a amizade, o companheirismo e a dedicação total à causa que abraçámos, foram recompensados com resultados que surpreenderão muitas pessoas, mas para nós que diariamente trabalhamos juntos, não constituíram grande surpresa.

(PB) – Acha que fomos gradualmente melhorando a condição, acabando num bom momento?

(SN) – Sinceramente penso que o jogo com a Suécia, antes de ser ganho pelas nossas opositoras, foi perdido por nós próprios. Efectivamente, por razões diversas, a equipa nacional não rendeu aquilo que estava ao seu alcance, como o demonstram os resultados obtidos nos jogos de preparação com a Eslovénia e a Irlanda. Julgo que nos faltaram mais dois jogos de preparação antes de começar a competição e aí sim, teríamos entrado ao nosso melhor nível. Houve um hiato que nos foi prejudicial, já que não puderam ser realizados os encontros programados (por terem faltado selecções que foram convidadas e que até nos tinham confirmado a sua vinda) e que não compareceram à ultima da hora, caso concreto da Holanda que tinha aprazado connosco dois encontros, que muita falta fizeram à nossa equipa.

(PB) – Destas quatro partidas qual foi aquela em que a equipa esteve mais próximo do seu real valor?

(SN) -  Penso que nos dois jogos fora, na Estónia e na Macedónia, a selecção nacional teve capacidade para ultrapassar todos os obstáculos, reagindo positivamente às adversidades e fazendo da sua defesa uma arma poderosa que supriu o défice de estatura existente em comparação com as nossas adversárias, já que no aspecto ofensivo, tivemos sempre soluções que nos permitiram jogar com tranquilidade.

(PB) – Esta é a melhor selecção actual?

(SN) – Esta é a melhor selecção de momento já que é constituída por jogadoras com carácter, que adoram envergar a camisola das quinas, às quais certamente iremos acrescentar grandes valores e refiro-me concretamente à Sónia Reis, praticamente já em condições de competir. Todos sabemos a enorme categoria desta jovem que já fez este último estágio connosco, tendo mesmo expresso o desejo de participar, apenas não concretizado porque ainda não era o timing ideal, tanto do ponto de vista clínico como técnico, para poder ser novamente a verdadeira e grande Sónia Reis. Haverá certamente mais duas ou três jogadoras com possibilidades de virem a integrar este grupo, mas é fundamental para nós que, independentemente da sua valia técnica, tenham outros requisitos primordiais que nos dêem a garantia de bem representar Portugal.

 

 
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