Basquetebol: Paixão mora em Tortosendo

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altNa Beira interior há um clube que pelo seu dinamismo e preocupação com a formação, nomeadamente com o minibásquete é sem dúvida uma referência nacional digna de registo. Com o apoio do Intermarché o Unidos do Tortosendo organizou uma vez mais no Pavilhão da ANIL na Covilhã a 4ª Edição do seu Convívio, que movimentou mais de 300 minis.
 
Para conhecer melhor o Unidos e para divulgar um bom exemplo de capacidade de iniciativa fomos ouvir Nuno Brandão, técnico do clube e um dos responsáveis pela realização deste evento.
 
Qual é a importância deste evento e do minibásquete na dinâmica do Unidos do Tortosendo?
Este convívio é a expressão da nossa paixão pelo basquetebol. Realizamos o convívio porque queremos proporcionar aos minis do interior do país um dia de minibásquete com um nível de qualidade igual ao dos convívios realizados no litoral. Para a maioria dos minis da região esta é uma das poucas oportunidades de jogar e ver jogar clubes com grandes tradições no basquetebol do nosso país. Não posso deixar de agradecer a todos os clubes que fazem questão de participar no convívio e que fazem muitos tantos quilómetros, derrubando assim, mesmo que seja por um dia, a distância que nos separa.
 
Que clubes já estiveram ao longo destas quatro edições no vosso Convívio e passaram assim a conhecer um pouco mais do que se vai fazendo em termos de minibásquete no interior do país. Quantos é que repetiram a experiência?
Já participaram dezenas de clubes no nosso convívio ao longo destes quatro anos, como os Pimpões, SL Benfica, PT Coimbra, FC Porto, SC Braga, Colégio Calvão, SC Coimbrões, Galitos do Barreiro, Olivais de Coimbra, Náutico de Abrantes, etc. Felizmente a maioria daqueles que acabei de mencionar são participantes “fieis” do nosso convívio e marcam sempre presença.
 
Mudando um pouco de assunto, quantas equipas e escalões e quantos treinadores e jogadores movimenta o Unidos do Tortosendo actualmente?
Este ano contámos, para além do minibásquete, com os sub-14 masculino e feminino, sub-16 masculino e feminino, sub-18 masculino, sub-19 feminino e seniores masculinos. Treinadores não são fáceis de encontrar (pelo menos com qualidade não são), mas posso dizer que os poucos que temos (onze), são todos de grande qualidade. Neste momento este grupo de treinadores dividem-se pelos mais de 100 desportistas do clube, sendo assim o Unidos do Tortosendo um dos maiores da região.
 
Organizar um evento destes e apoiar as equipas que o Unidos movimenta, tem custos elevados, quais são os vossos apoios e fontes de financiamento?
Isso é verdade e é uma luta diária para manter esta máquina em funcionamento. Para tal contámos com o apoio de algumas empresas locais, como o Intermarché da Covilhã no caso do minibasquete, a Junta de Freguesia da Vila do Tortosendo, que tem sido incansável no apoio deste projecto, da Câmara Municipal da Covilhã e naturalmente da enorme boa vontade dos treinadores, dirigentes, colaboradores e pais.
 
O vosso trabalho no clube e a organização deste evento fazem do Unidos uma referência do basquetebol no interior do país, queres-nos falar sobre as razões deste sucesso e quais são as vossas maiores dificuldades?
O sucesso que existe é fruto do enorme gosto que temos pelo basquetebol e pela preocupação na formação dos jovens através do desporto. As dificuldades são algumas, como a falta de clubes na região, resultado de uma ausência de estratégia desportiva por parte dos responsáveis. Essa falta de clubes cria grandes dificuldades na formação desportiva dos nossos desportistas, pois quando chegam às competições nacionais, têm apenas uns 6-8 jogos realizados. Os jogos particulares seriam uma solução, mas as restrições financeiras e a distância dificultam essa solução.
 
Uma pergunta difícil, o que poderia e deveria ser feito para melhorar o minibásquete na vossa região e no país?
Uma relação estreita entre as escolas do distrito, a Associação e os clubes poderia trazer ainda mais crianças para o minibásquete. Curiosamente são poucos os treinadores de basquetebol no distrito que são também professores de educação física, naturalmente se houvesse mais professores ligados ao basquetebol seria mais fácil o “recrutamento” para os clubes.
 
Agora uma pergunta pessoal, trabalhar na formação é de certa maneira sonhar, queres nos revelar, em termos de basquetebol, quais são os teus sonhos?
O meu “sonho” é dirigido para o basquetebol distrital, espero que um dia os nossos desportistas tenham melhores condições de competição no que respeita à qualidade do jogo. Penso que os distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu têm trabalhado de forma isolada e que seria altura de repensar a estratégia e unir as competições dos três distritos. Aumentava-se assim o número de jogos e com o tempo estou convicto que a modalidade crescia em quantidade e qualidade na região.
 
Qual a tua opinião sobre o Planeta Basket e qual a importância da divulgação do vosso trabalho neste site?
Confesso que não há nenhum dia que não visite o Planeta Basket. Penso que é um site muito bem estruturado com conteúdos muito interessantes e sempre actuais. Visto admirar tanto o vosso site é com grande orgulho que vejo a divulgação do nosso trabalho no vosso já prestigiado site.
 
Para terminar que pergunta gostaria que te fizessem e que resposta darias?
Esta sim é difícil de responder. Como não tenho vocação para ser entrevistado penso que a pergunta que mais gosto é sempre a última que neste caso poderia ser, o que vai fazer depois desta entrevista? Fácil...Dormir! Ontem foram mais de 300 crianças no convívio, semanas de trabalho de preparação e muito poucas horas dormidas nos últimos dias, por isso vou recarregar baterias que amanhã é um novo dia e felizmente com muito basquetebol.

 

 
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