Ousar pensar ao contrário

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transmissões televisivasHá um tema, que é recorrente nas propostas de soluções para o desenvolvimento da modalidade.

Ou seja, para termos mais gente interessada no basquetebol, mais patrocinadores, mais adeptos, mais público nos pavilhões, mais praticantes, etc… Chama-se televisão.

Este tema, associado à questão das vantagens e desvantagens de haver transmissões em canal aberto ou em canal fechado é recorrente. Tem sido debatido ao longo dos anos em diversos fóruns. É uma discussão que nada tem de novo. Quando este tema vem à baila, começa a discussão sobre o serviço público dos canais estatais, se deviam ou não transmitir jogos, quem paga os custos das transmissões, sobre se vale ou não a pena o investimento, que hoje em dia é necessário para que os jogos sejam transmitidos e sobre qual o retorno desse investimento, e como é que este é medido.

Os anos que já levo a ouvir estas discussões, muitas vezes assentes em meras intuições e não em dados concretos, não me permitem ter uma opinião verdadeiramente fundamentada sobre este assunto. Há uma coisa da qual não tenho grandes dúvidas, se a nossa modalidade tivesse outra expressão social e não fosse tão residual com é, as coisas seriam certamente diferentes. Em Portugal por cada 1000 habitantes não temos 2 praticantes. Acresce que a região de Lisboa, onde a densidade da população é a maior do país, esse rácio está muito abaixo da média nacional. Esta é uma realidade, que por muito que gostemos da nossa modalidade, não gera certamente o interesse das televisões. Para além da implantação social, outro dos motivos que chama a atenção das televisões, embora só pontualmente, é a possibilidade de títulos nas competições internacionais. Essa é uma realidade da qual estamos distantes, então, enquanto formos tão residuais como outras modalidades, porque é que a televisão há-de passar a nossa modalidade e não outras?

Este facto leva-me a pensar que talvez fosse bom ousar pensar ao contrário do que temos vindo a fazer. Será que está nas nossas mãos conseguirmos mais praticantes e uma maior base social da nossa modalidade a começar pelo minibásquete?  Se essa capacidade está nas nossas mãos, fruto das nossas opções e empenhamento, em vez de pensarmos, que mais transmissões televisivas, trazem mais adeptos, poderíamos pensar, que mais praticantes, maior implantação social traz a necessidade de transmissões televisivas. Talvez seja este o paciente caminho para chegar a este meio de comunicação social.

 

Comentários 

 
+7 #1 Antonio Barbosa 27-09-2011 09:06
Não podia estar mais de acordo, se o "investimento" fosse feito pela base, que é assim que se constroi uma casa, o lucro no futuro seria muito maior.
Mais atletas, mais qualidade, mais publico, melhores espectaculos, mais patrocinadores e por fim mais dinheiro.
Esta seria a lógica, mas não me parece que haja vontade para que tal aconteça.
E já começamos a ser inundados de estrangeiros, e como não temos uma base de recrutamento tão grande como o futebol, corremos o risco daqui a alguns anos, as nossas equipas de basket ter nos planteis uma minoria Portuguesa.
Apostem na juventude que vão colher os frutos no futuro.
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