Desculpem a insistência

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San Payo AraújoEm primeiro lugar quero publicamente agradecer a todos os que aceitaram a sugestão de votar na Maria, partilharam a informação e tiveram a amabilidade de o comunicar na página “Vamos votar na Maria”.

Mais que não seja pelo empenho das pessoas que aderiram a esta votação sinto que valeu a pena ter criado o evento votem na Maria. A todos o meu sincero obrigado.

Foram muitas as votações, mas ainda estamos a tempo de serem mais. Passamos a vida, e com razão, a lamentar-mo-nos, que a comunicação social não dá destaque ao basquetebol, queixa que aumenta substancialmente quando se tratar do feminino. Li no facebook o desabafo do companheiro João Pedro Vieira, a propósito da informação publicada no dia 6 de Novembro na “Bola” sobre os resultados dos confrontos internacionais do Benfica e da Quinta dos Lombos: “Uma pagina inteira com a derrota do Benfica na competição europeia de basket, Lombos na mesma prova europeia, mas feminina venceu e teve direito a..... Uma caixinha pequenina... Enfim..”

Esta é acima de tudo uma questão cultural, e se as transformações são sempre muito difíceis, qualquer mudança oferece sempre muita resistência, o que é mais difícil mudar na humanidade é mudar comportamentos, hábitos e mentalidades.

Contudo não adianta apenas lamentar-mo-nos, se quando temos a possibilidade de alcançar alguma visibilidade, que ajude a transformar essa realidade, não aproveitarmos essa oportunidade. Sei que não é garantido, que os nossos votos levem a Maria a ser eleita a jovem promessa do ano, mas também sei que se a votação na Maria não for expressiva, só daremos razão a quem não dá importância ao basquetebol, nomeadamente ao feminino. Se queremos ter visibilidade, temos que lutar por ela de muitas formas e em diversas frentes. A mais longa caminhada começa sempre pelo primeiro passo, este até pode ser pequeno, como é o valor de um voto, mas não deixa de ser um avanço na afirmação do basquetebol, nomeadamente o feminino, que tão bons resultados tem alcançado.

O basquetebol, ao fim de muitos anos tem nova liderança, pela parte que me toca tenho expectativas que vai haver grandes mudanças. Parabéns aos vencedores e vencidos, mas desculpem-me a insistência, saber potenciar os nossos êxitos e sucessos desportivos é, nem que seja com pequenas acções como o voto na Maria, uma obrigação de todos os que gostam da modalidade, independentemente de quem está no poder.

Transformar o que não está bem na nossa modalidade, como a pouca visibilidade de que tanto nos queixamos, implica um grande empenho e esforço da nova liderança da FPB, mas isso não chega se a mudança não começar, na nossa atitude de nos estarmos sempre a lamentar. Não desperdicemos o nosso tempo em lamurias e lutemos no que acreditamos. Transformar a realidade implica que cada um de nós há sua maneira divulgue, sem esquecer as referencias do passado, como o Lisboa e a Ticha, as nossas esperanças mais recentes.

Compreendamos que cada vez que uma criança sai à rua com uma bola de basquete, cada vez que vestirmos algo que nos identifique com a nossa modalidade, cada vez que numa conversa elogiemos os feitos da nossa modalidade, cada vez que consigamos uma notícia nos órgãos de comunicação social desde os regionais aos nacionais, cada vez que nomeadamente no 3x3 ou no minibásquete organizemos bons eventos de rua, cada vez que como muitos clubes fazem vamos às escolas promover a captação de jovens para os nossos clubes, etc, etc; estamos a dar o nosso pequeno contributo para divulgar a modalidade.

Melhorar a visibilidade da modalidade não passa apenas pela Federação, também passa por termos consciência das nossas acções, passa por algo que nem sempre é fácil, passa por empenho, imaginação e mudarmos de comportamentos e atitudes. Melhorar a visibilidade do basquetebol não cai do céu sejamos criativos e participativos. Para já votemos na Maria.

 

 
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