Quando é que temos jogo?

Versão para impressão
Avaliação: / 23
FracoBom 

San Payo AraújoOs professores são a chave do sucesso ou insucesso do MCBA. São eles que podem mobilizar ou desmotivar as crianças. Contudo o inverso também é verdade,

se soubermos interpretar os interesses e necessidades das crianças estas vão certamente ajudar a motivar os adultos.

Quem já deu aulas nomeadamente de minibásquete nas atividades de educação física extra curricular sabe bem a imaginação e criatividade e empenho que é necessário para mobilizar as crianças para atividades. Uma coisa é ensinarmos minibásquete em ambiente de clube onde as crianças estão voluntariamente e querem aprender, outra é ensinarmos em ambiente escolar onde muitas das crianças estão por obrigação. Oiço com frequência críticas aos professores, mas acreditem que normalmente é bem mais difícil dar uma aula numa escola do que um treino num clube.

Quando introduzimos, em crianças do 3º e 4º ano de escolaridade, o fator jogo e preparação para jogos com crianças de outras escolas aumentamos a sua mobilização e motivação, facto que facilita a vida aos professores. Tanto quanto me foi dado a perceber uma das perguntas mais frequentes. que as crianças envolvidas neste projeto, faziam aos professores era: Quando é que temos jogos? As crianças ao estarem mobilizadas para os jogos do MCBA facilitam a vida aos professores pois estão muito mais motivadas para aprenderem. O processo de aprendizagem passa a ter para as crianças um objetivo facto que as mobiliza e facilita a vida aos professores. A minha insistência ao longo destas últimas semanas na divulgação do projeto do MCBA é que penso, que se verdadeiramente queremos massificar o minibásquete este é seguramente um dos caminhos a seguir. Temos de uma vez por todas pensar em primeiro lugar nas crianças. Pelo menos a nível do minibásquete temos de uma vez por todas acabar com a dicotomia do desporto federado versus, atividade desportiva no ambiente escolar.

Nas suspeições existentes e na necessidade de defender as suas “capelas”, na maior parte das vezes, nas discussões e argumentações, em nome de conceitos formais completamente afastados dos interesses e necessidades das crianças, a última coisa que é levada em consideração são as crianças. No minibásquete o mais importante são as crianças. As crianças é que devem ser os grandes mentores das suas atividades, aos adultos cabe saber interpretar e conduzir o processo de aprendizagem em função das necessidades e interesses das crianças. A série de artigos sobre o projeto MCBA já vai longa, este e como balanço da primeira época, vai ser um dos últimos artigos que escrevo sobre o MBCA, mas penso, que se queremos mais basquetebol no nosso país devemos apoiar e estar muito atentos ao projeto da Highplay.

 

Comentários 

 
+3 #2 San Payo 14-06-2016 15:16
Boa tarde

A resposta não é simples, nem há soluções mágicas e depende de muitas circunstâncias, mas acredite que são estes os desafios que eu gosto de responder e que me levam a escrever estes artigos. Aliás não é a primeira pessoa a colocar-me esta questão, pelo que já tinha pensado escrever um artigo sobre o título "A angústia da convocação". Fica a promessa que depois das minhas férias em Agosto abordarei num ou mais artigos este tema.
Citar
 
 
+3 #1 Pedro Martins 14-06-2016 08:19
Bom dia San Payo. Gostaria de saber a sua opinião a proposito da pergunta muitas vezes feita "Quando há jogo?" Quando é que eu jogo?". Perante um grupo de 30 e tal minis num escalão que quer sempre jogar, fazer a gestão do grupo para os jogos não é facil, então a questão é : será bom para as crianças dividir o grupo de modo a formar 2 grupos estanques e dai escolher para os jogos dando a possibilidade de jogarem mais vezes? e se sim como devemos dividir? Bons para um lado e menos bons para o outro? Na experiencia no clube onde os meus filhos andam já se experimentou os dois casos e eu não consegui tirar nenhuma conclusão : vejo vantagens e desvantagens nos dois. Qual a sua opinião. Obrigado.
Citar
 
 
ARTIGOS RELACIONADOS: