No mesmo saco

Versão para impressão
Avaliação: / 10
FracoBom 

No mesmo sacoNunca gostei das generalizações, pois não apenas, são extremamente perigosas, como se tornam duma enorme injustiça para quem tem um comportamento irrepreensível. Vem isto a propósito, do referenciar comportamentos, quer seja de árbitros, de treinadores ou de pais e encarregados de educação.

Eu nunca gostei de generalizações, de meter tudo no mesmo saco. Não é por um encarregado de educação se portar de uma forma desadequada, que vamos dizer que os pais se comportam mal nos jogos dos seus filhos. Não é por um treinador ter atitudes, que não se adequam ao que deve ser a formação desportiva, que poderemos afirmar que todos os treinadores são responsáveis por ambientes menos ajustados aos jogos de formação. Não é por um árbitro ter cometido um erro, que vamos concluir que sempre que perdemos a culpa é da arbitragem.

É com enorme frequência, que no final dos jogos, o que normalmente se vê e ouve na grande maioria das pessoas são comentários sobre a arbitragem, como se mais nada de mais importante tivesse ocorrido durante o jogo. Esta fixação, este pernicioso hábito, quase diria intoxicação, provem em grande parte do universo do futebol. Quantos programas e longos debates televisivos são em torno dos erros da arbitragem? Esta obsessão, passará ou não, consciente ou inconscientemente, para a forma que olhamos não apenas para o futebol, mas para todos os jogos desportivos colectivos, quer sejam de adultos ou de crianças?

Apesar de muitas federações europeias, inclusive a federação portuguesa no escalão de Mini-8, recomendarem que os jogos de minibásquete devem ser arbitradas por motivos pedagógicos pelos treinadores das equipas, esta é uma ideia para a qual a grande maioria dos treinadores não está conquistada.

O argumento mais evocado pela maioria dos treinadores é que, ao estarem preocupados em arbitrar não podem dar atenção aos seus jogadores. Contudo, o que muitas vezes observo, é os treinadores estarem muito mais atentos ao que o árbitro decide e faz, do que aos seus jogadores.

PS: Antes que seja mal interpretado, e já que a recomendação da nossa federação é dirigida ao escalão dos mais novos do universo do minibásquete, que fique claro, que este artigo, uma vez mais visa reflectir sobre comportamentos, não visa nenhum dos treinadores de Mini-8 de clubes aqui da Associação de Basquetebol da Madeira, como por exemplo o Gil Pereira, o Xavier Rodrigues, o Ruben Freitas, o Nelson Jardim ou a Tânia Gomes, treinadores sobre os quais eu tenho uma boa opinião.

 

 
ARTIGOS RELACIONADOS: