Ambos tem razão

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Ambos tem razãoAmbos têm razão, mas onde é que está a verdade? Nunca pensei que a minha vivência aqui na Madeira representasse uma fonte de inspiração para os meus artigos do Planetabasket tão grande. Não há praticamente nenhum dos convívios de minibásquete,

nenhum fim-de-semana, que por uma razão ou por outra, não me obrigue a pensar. Todos temos direito à nossa opinião e desde que esta seja posta de uma maneira educada na defesa das suas convicções, tenho todo gosto em ouvir o que me querem transmitir. Uma vez mais que fique claro, que não quero pôr em causa as pessoas que me transmitiram de uma forma educada a suas opiniões, quero apenas apelar à reflexão.

Num dos últimos convívios de minibásquete fui abordado por um pai, que de uma forma muito correcta me transmitiu uma preocupação no final dum jogo de Mini-10. Na sua opinião o jovem que estava a arbitrar o jogo não deveria ser tão exigente na interpretação das infracções ao jogo, pois como o tempo é corrido, dos 8 minutos de um dos quartos do jogo, as crianças apenas tinham estado em acção durante pouco mais de 3 minutos.

Curiosamente, no mesmo dia, em conversa amena no final dos jogos, houve um treinador, que referindo-se ao mesmo árbitro disse que gostava muito do modo como ele arbitrava, pois esta era um forma de os minis aprenderem o que podem e não podem fazer. Esta é a razão pela qual eu começo o meu artigo com a frase: “Ambos têm razão, mas onde é que está a verdade.”

Há muito tempo que eu digo que minibásquete é um conceito perigoso. Arbitrar um jogo de minibásquete que envolve, a título de exemplo os Mini-12 do CAB Madeira, CDE Francisco Franco ou GB Atlântico, é seguramente diferente do que arbitrar um jogo de Mini-8 por exemplo entre o CDR Santanense e o ACD São João. Mas ainda pode haver mais nuances. Num jogo que à partida, face ao conhecimento do jogo dos minis das equipas em confronto, já se sabe quem é o vencedor, e em função do que é fundamentas nestas idades a aprendizagem, deve ou não haver dois critérios para as equipas em presença? Que vantagens e desvantagens existem nas duas opções?

Sempre defendi, quer nos treinos, quer nos jogos, que o essencial é o tempo de execução motora e na minha opinião o tempo de correcção, absolutamente necessário, não deve contudo exceder o tempo de prática. Termino com uma convicção, já expressa anteriormente: "Arbitrar um jogo de basquetebol é saber interpretar as regras do jogo, arbitrar minibásquete é compreender e interpretar as dificuldades e capacidades motoras das crianças".

 

 
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