O poder observar de perto o excelente trabalho da Fátima Silva na direcção da equipa das Sub-16 femininas durante a Festa do Basquetebol Juvenil em Albufeira é o ponto de partida para este artigo. Está de parabéns esta selecção da Madeira,
que tão bem soube interpretar as ideias da sua treinadora. Está de parabéns a Fátima Silva que esteve, quer do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista motivacional brilhante nas suas intervenções.
Quem está de fora, não tem a possibilidade de saber o conteúdo técnico das intervenções, pelo que observa apenas os comportamentos dos treinadores em termos de motivação. Dizia John Wooden, que o treinador tem de ter um pouco de sargento e de avô. Contudo encontrar o equilíbrio e a forma mais adequada para a chamada de atenção, função do sargento, com o carinho que todos necessitam, função do avô, nem sempre é uma tarefa fácil e varia muito conforme as circunstâncias. Nesta competição este equilíbrio foi claramente alcançado.
Cada treinador tem de encontrar a sua forma de liderança. Conheço alguns treinadores, que para o meu gosto, nomeadamente quando se trata de jovens, são excessivamente "sargentos". Ser duro não é seguramente insultar nem humilhar, formas com as quais estou em total desacordo. Treinadores com estes comportamentos, e de insulto a raiar a humilhação chocam naturalmente os pais, pela forma como os seus filhos são tratados.
Contudo, diz me a minha longa experiência, que muitos jovens até toleram esses comportamentos, pois o que eles dão mais importância é se o treinador é verdadeiramente empenhado, justo e competente. Os jovens praticantes até aceitam tratamentos desadequados, desde o seu treinador seja dedicado, justo e competente. É por isso, é que. apesar de não gostar do seu estilo de liderança, conheço treinadores irascíveis, e no entanto sei que os seus jogadores gostam deles, pois são dedicados, justos e competentes.