Pais treinadores

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altNão me hei-de cansar de elogiar o papel decisivo, que os pais têm na sustentabilidade da modalidade. Contudo, salvo melhor opinião, isso não lhes dá o direito de tentarem assumir, nomeadamente nos jogos, o papel de treinadores. Cabe aos treinadores e não aos pais darem indicações sobre a forma de jogar.

Este princípio devia estar claro na cabeça de todos os pais e encarregados de educação. Não sendo assim, podemos colocar os jovens praticantes em situações muito incómodas. Exemplificando vamos supor que após um desconto de tempo o treinador disse a um dos seus jogadores para se desmarcar receber a bola e driblar e não lançar ao cesto, e assim que este recebe a bola o pai ou a mãe grita para dentro de campo: “Lança”.

A quem é que o praticante deve obedecer? Quem é que a criança vai desautorizar, o encarregado de educação ou o treinador? Esta situação não se torna normalmente mais incómoda porque, na maioria das vezes as crianças e os jovens, na situação de jogo não conseguem ouvir muitas das indicações que lhes são dadas. Este facto leva-me a pensar o que ouvi uma vez a uma psicóloga dizer relativamente aos pais que dão muitas indicações para dentro do campo: “Lá estão os pais a jogar “playstation” com os seus filhos, esquecendo-se que os comandos não funcionam.”

Cabe aos treinadores e não aos pais decidirem, quem é convocado, quem não é convocado para os jogos, quem joga na equipa A, quem joga na equipa B ou quem joga na equipa C. Os pais têm de perceber, que no minibásquete o que é decisivo é se as crianças estão a evoluir e não se jogam na equipa A, B, C, ou D. Muitas das vezes é mais importante para a sua evolução estar na equipa B ou C e, uma vez mais cabe ao treinador, tomar essa decisão.

Noutra perspectiva, como estamos num jogo desportivo colectivo, a evolução não pode ser vista apenas do ponto de vista individual, pois ninguém joga sozinho e para que a equipa seja melhor há situações em que um jovem mais evoluído deve ajudar no desenvolvimento dos jovens com menos conhecimento do jogo, para no futuro poder ter uma equipa mais forte. São decisões que quando bem explicadas qualquer jovem compreende, pois o que ele quer acima de tudo é jogar.

Se estas situações referidas não deixam de ter alguma complexidade, bem mais complicado é a situação de pai que é treinador em simultâneo, mas essa reflexão fica para um próximo artigo.

 

Comentários 

 
+6 #10 Ana Rita 04-06-2019 10:47
É com enorme prazer que sigo sempre as reflexões que o San Payo escreve neste "espaço".
Apenas tenho a comentar que só enfia a "carapuça" quem nela se revê.......
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+7 #9 San Payo Araújo 03-06-2019 12:38
Parte 4

7. Não querendo tornar-me exaustivo nos elogios que já escrevi aos pais termino com a referência ao artigo “Realçar bons exemplos” de 18 de Junho de 2017 qual escrevi.
“Na maioria destes eventos na base da organização estão os pais dos minis, que na retaguarda dão muito do seu tempo, dedicação e esforço, para que tudo corra pelo melhor. Da mesma maneira, que nunca me hei-de cansar, quer isso incomode ou não algumas pessoas, de chamar a atenção para comportamentos de adultos, que considero desajustados a uma competição de crianças, do mesmo modo estou sempre pronto a elogiar quando observo grupos de pais tão empenhados, organizados e coesos para que tudo corra bem e para que no final, todas as crianças saiam com boas recordações e felizes.”

8. Para finalizar estou e estarei sempre ao seu dispor para em diálogo aberto e franco falar sobre o que penso sobre uma actividade à qual tenho dedicado muito do tempo da minha vida: o minibásquete.
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+7 #8 San Payo Araújo 03-06-2019 12:35
Parte 3

6. Apesar de serem muitas as passagens e menções elogiosas aos pais, há duas passagens que eu não quero deixar de transcrever, pois são muito elucidativas do meu pensamento:
Bem recentemente no artigo o “Deus da carnificina” voltei a transcrever uma passagem de um artigo mais antigo que dizia:
“Temos de compreender que sem pais não há minibásquete, e os pais que proporcionam uma actividade desportiva aos seus filhos são uns verdadeiros heróis. Muitos têm que sair dos seus trabalhos para irem buscar os filhos à escola levarem-nos para os treinos num enorme dispêndio de tempo e energia. Se a este esforço associarmos o transporte aos fins-de-semana para os jogos e o facto de praticamente todos os praticantes de minis pagarem uma mensalidade, que ajuda a sustentar a existência dos clubes e do basquetebol, só podemos estar gratos aos pais."
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+8 #7 San Payo Araújo 03-06-2019 12:33
Parte 2

3. Quem ler atentamente os meus artigos sabe que sempre considerei as generalizações perigosas.

4. Quanto ao estar “constantemente ” a criticar os pais, considero ser uma afirmação pouco atenta aos meus artigos, pois seria fastidioso mencionar todos os artigos em que eu já por diversas e múltiplas vezes elogiei os pais.

5. Relativamente aos esforços, que os pais fazem remeto para o meu artigo de “Qual o valor do minibásquete” de 2 de Fevereiro de 2016.
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+9 #6 San Payo Araújo 03-06-2019 12:26
Parte 1

Boa tarde

Em esclarecimento aos dois comentários da autoria do senhor Manuel Simões gostaria de referir o seguinte:

1. Sou um mero colaborador do PB, pelo que não sou responsável pela publicação ou não publicação dos comentários dos seus leitores.

2. Quanto às minhas crónicas serem maçadoras, admito que não sejam do agrado de algumas pessoas, mas também sei que tem a aceitação de muitas outras.

3. Quem ler atentamente os meus artigos sabe que sempre considerei as generalizações perigosas.

4. Quanto ao estar “constantemente ” a criticar os pais, considero ser uma afirmação pouco atenta aos meus artigos, pois seria fastidioso mencionar todos os artigos em que eu já por diversas e múltiplas vezes elogiei os pais.
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-19 #5 Manuel Simões 31-05-2019 19:26
Boa tarde,
Gostaria de saber se o meu comentário anterior foi censurado.
Não se pode fazer qualquer tipo de critica?
Vergonha!
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-21 #4 Manuel Simões 31-05-2019 13:13
Estas crónicas tornam-se bastante maçadoras pois criam falsas figuras estereotipadas.
Como em todos os grupos, existem elementos bons e elementos maus, e um mau pai não faz dos outros todos maus.
Em vez criticar constantemente os pais deveria era mencionar os esforços que muitos desses pais tem que fazer para dar alguma qualidade de treino aos seus filhos, os custos que suportam, os kms que fazem...
Poderia também escrever sobre a existência de parasitas nos clubes, nas federações e nos concelhos de arbitragem. Estes sim, elementos que deveriam ser banidos das suas funções que nada trazem para o futuro da modalidade.
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+2 #3 Aras 30-05-2019 23:46
E quando existem diretores treinadores??
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+3 #2 San Payo Araújo 28-05-2019 11:05
Bom dia

Essa é das situações mais sensíveis, que merecem ser tratadas com enorme delicadeza. Mas desde já informo, para não criar expectativas, que esse artigo está planeado lá para Setembro, No início da próxima época. Aproveito para agradecer o seu interesse por saber e como diz muito bem a minha percepção sobre este tema.~
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+5 #1 Paulo Baptista 28-05-2019 10:19
Fico à espera sobre a reflexão sobre o ultimo ponto, pois interessa-me muito, ter a sua percepção para esse ponto de Pai e Treinador.
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