Oportunidade perdida

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Oportunidade perdidaUm dos pontos da ordem de trabalhos da última reunião da coordenação técnica nacional era a definição de “escalões etários para a época de 2021/2022”.  Este é um tema sobre o qual há mais de dez anos, ando a reflectir, e sobre o qual tenho aqui no Planeta Basket expressado por diversas vezes a minha opinião.

Várias foram ao longo dos anos infrutíferas as tentativas para que este tema fosse abordado.

Finalmente, por proposta do director técnico da AB de Santarém Prof José Monteiro este tema foi discutido na reunião da coordenação técnica nacional, para infelizmente tudo vai ficar na mesma. Para além de todos os argumentos que já expus, e que não vou agora aqui repetir, há mais uma perspectiva que, fruto da discussão, à qual infelizmente não pude estar presente, que para mim ficou clara.

Há nesta mudança, algo mais profundo que a simples alteração de escalões, pode sugerir. Subjacentes a esta mudança estão também duas opções e perspectivas de crescimento e desenvolvimento do basquetebol. Por um lado a perspectiva que o basquetebol se deve acima de tudo focar nas grandes Associações, ou por outro lado a procura que esta tenha expressão territorial nacional.

São duas visões, que tem reflexos na forma como organizamos a modalidade, e que tem implicações, quer no financiamento, quer na organização administrativa, quer na organização desportiva, quer na relação da modalidade com o sistema escolar e que vão muito para além da mudança da idade dos escalões etários. Contudo a rejeição da alteração dos escalões, por parte das maiores Associações é um claro sinal, de qual é a perspectiva de desenvolvimento que domina a modalidade. O medo da mudança é uma realidade, e esta paragem forçada teria sido, um momento ideal para dar um sinal à visão de desenvolvimento com base na expressão nacional da modalidade.

Se nunca mudarmos nada dificilmente poderemos ter resultados substancialmente diferentes. A falta de coragem em apostar e procurar outras soluções, e posterior paciência para esperar pelos resultados levou a perdermos uma oportunidade. Pelo que deixo a pergunta: Que benefícios traz esta falta de coragem para perdermos esta oportunidade de mudarmos qualquer coisa?

A não ser na divulgação da imagem da modalidade onde os progressos têm sido excelentes, um certo e confrangedor imobilismo continua a ser dominante. A decisão está tomada, agora há que ir em frente, na esperança que nova oportunidade não seja fruto de outra pandemia.

 

Comentários 

 
+2 #2 Fernando Gomes 01-06-2021 11:53
Fernando Lemos, em Lisboa isso aconteceu e a ABL decidiu apresentar uma proposta oposta ao defendido pelos clubes...
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+6 #1 Fernando Lemos 19-05-2021 09:41
Será que os clubes foram ouvidos pelas suas associações antes da reunião, de modo a apresentarem as suas propostas e ideias?
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