7.6.17

Cavs x Warriors - Jogo 2, onde a receita para o jogo 3 aconteceu



Depois de, no primeiro jogo das Finais, ter acontecido muito daquilo que esperávamos, no segundo jogo muito do esperado voltou a acontecer.


Os Cavs foram melhores do que no jogo 1, mas não chegou. Reduziram os turnovers, foram mais eficientes e marcaram mais pontos. Mas JR Smith, Deron Williams e Tristan Thompson continuaram desaparecidos em combate e sem dar grande ajuda ofensiva a LeBron, Kyrie (que também não esteve grande coisa neste segundo round) e Love. Marcaram os mesmos pontos que os Warriors no jogo 1. Só que sofreram mais. Bastante mais. Mais uma vez não conseguiram limitar ou desacelerar o ataque de Golden State e, no fim, acabou por acontecer aquilo que se esperava.


Mas não foi assim durante os 48 minutos. Houve um período de jogo em que o esperado não aconteceu e em que os Cavs conseguiram equilibrar as coisas. E esse pedaço do jogo dá-nos uma receita para aquilo que esta equipa de Cleveland devia fazer no jogo 3.

Tyronn Lue e Lebron James dizem que os Cavs vão continuar a jogar rápido e que foi assim que chegaram até aqui e não vão mudar quem são só porque estão a enfrentar os Warriors e não sei mais quê. Lue diz que “fazer bons lançamentos quando estamos a jogar com ritmo e não fazer turnovers, não os deixar sair em transição, é esse o nosso jogo. Não vamos mudar o nosso jogo por causa de com quem estamos a jogar. E estou confiante que conseguimos jogar dessa forma.” E para LeBron, “nós não jogamos lento. Jogamos ao nosso ritmo. Jogamos o nosso jogo. Chegámos aqui a jogar assim.”

Mas o problema é que os Cavs não estão a jogar ao seu ritmo. Estão a jogar mais rápido. Estão a (tentar) jogar ao ritmo dos Warriors. Os Cavs estão com uma média de 105.5 posses de bola por jogo nestas Finais. Na temporada regular, terminaram com uma média de 96.2. 
São quase mais 10 posses de bola por jogo. Contra a melhor equipa ofensiva da NBA. Basicamente, estão a dar mais ataques ao melhor ataque do mundo. E isso, como vimos nos dois primeiros jogos, não traz bons resultados.


O que lhes pode trazer melhores resultados é aquilo que fizeram entre os 9:56 do 2º período e os 5:30 do 3º: apertar a rotação, baixar o ritmo de jogo e fazer ataques mais longos. 

Os Warriors venciam por 6 no fim do 1º período e Lue manteve a sua rotação normal, com a segunda unidade, com Deron Williams e Channing Frye, a iniciar o 2º período. Em 2 minutos, os Warriors aumentarem a vantagem para 12 pontos. Lue pediu desconto de tempo e trocou Williams e Frye por LeBron e Love. E entre esse momento e a parte final do 3º período jogou apenas com Irving, Smith/Korver, Jefferson/Shumpert, James e Love. 

Nesse pedaço do jogo, os Cavs fizeram um parcial de 47-39. Depois, no final do 3º período, os Warriors aumentaram de novo a vantagem para os 10 pontos, Lue voltou à rotação habitual com a segunda unidade a fechar o período e a começar o período seguinte e o jogo acabou aí.
Porque Deron Williams e Channing Frye são, basicamente, “injogáveis” contra estes Warriors. No ataque não têm acrescentado nada e o que a equipa perde na defesa com eles é gigantesco.
Mesmo Richard Jefferson, se calhar, devia ser menos usado. Para conseguirem defender decentemente e equilibrar o jogo, a rotação não poderá ir além do cinco + Shumpert e Korver (e um bocadinho de Jefferson).
Este plano está longe de dar garantias que resulte. O cansaço é um potencial problema (mas ao baixar o ritmo de jogo e não jogar ao ritmo frenético dos Warriors, também se irão desgastar menos), mas jogar lento é a melhor forma que têm de limitar os ataques dos Warriors e tentar manter a pontuação baixa. Isso e jogar o máximo de tempo possível com os melhores jogadores (e melhores defensores).


Este plano B pode não dar garantias, mas o plano original, basicamente, dá garantias que não resulta. Portanto, a escolha é entre um plano com poucas probabilidades de êxito e um plano impossível. É um plano arriscado, mas pode ser a melhor (única?) hipótese que os Cavs têm de tornar estas Finais competitivas.


Esperemos que Lue e LeBron estejam apenas a esconder o jogo e a não querer revelar a estratégia para mais logo. Porque, se não for esse o caso, estas Finais podem (devem) ficar resolvidas hoje.

2.6.17

Cavs x Warriors - Jogo 1, onde muito do esperado aconteceu


A defesa dos Cavs foi má? Sim. Cederam pontos fáceis em transição? É verdade. Foram batidos muitas vezes no perímetro? É um facto. Foram lentos em algumas rotações? Certo. Falharam várias vezes na defesa aos jogadores sem bola e nos bloqueios indirectos? Exacto. Mas não foi por isso que perderam.

Os Warriors exploraram os pontos fracos da defesa dos Cavs e a defesa destes foi exposta como ainda não tinha acontecido nestes playoffs, mas isso é exactamente o que se esperava. 

Aquilo que não se esperava era que o ataque da equipa de Cleveland fosse tão pior do que tem sido até aqui. Ok, já sabíamos que ia enfrentar uma defesa melhor do que nas rondas anteriores e que lhes ia colocar mais problemas do que qualquer uma das que enfrentaram até aqui. Mas tínhamos a esperança de que não regredisse tanto.


Ontem, os jogadores-dos-Cavaliers-não-chamados-LeBron-ou-Kyrie marcaram apenas 11 em 44 lançamentos de campo (6 em 21 de 3pts). A movimentação de bola não foi boa, mas mesmo nas poucas ocasiões em que foi boa, desperdiçaram lançamentos com espaço (Korver foi um dos exemplos disso, com 0-3 de 3pts, todos eles lançamentos com espaço decente). E LeBron e Irving precisam que os atiradores dos Cavs acertem os lançamentos para abrir espaço para as suas penetrações. Os Cavs têm aberto caminho por estes playoffs à bomba, mas ontem acertaram apenas 11 triplos. Na segunda parte marcaram apenas 39 pontos. E isso não chega, nem de perto nem de longe, para ganhar a estes Warriors.

Para o bem dos Cavs e de todos os fãs que esperam uma série final competitiva, esperemos que isso mude nos próximos jogos. Porque essa é a melhor (única?) hipótese de termos umas Finais equilibradas. A esperança dos Cavs para terem hipóteses de vencer esta série não está na defesa. Sim, na defesa podem, e devem, ser melhores. Mas a margem que têm para melhorar desse lado do campo (devido aos jogadores que têm e aos matchups que enfrentam) não é grande. 


A sua esperança para discutir a série está no ataque. Porque se atacarem o seu normal (115 pts/jogo), são capazes de ganhar jogos a sofrer 113 pontos. Mas se defenderem o seu normal (104 pts/jogo), não vão ganhar nenhum jogo a marcar 91. É aí que têm de ser melhores do que foram neste jogo 1. Porque é aí que podem ser muito melhores do que foram.

20.2.17

Vemo-nos em Los Angeles



Enquanto isso, aqui fica o resumo do All Star Weekend deste ano:










13.1.17

MVP #056 - A NBA nas cartas



No episódio desta semana, e porque hoje é sexta-feira 13, recrutamos a ajuda de uma especialista nas questões de sorte e azar, uma conhecida taróloga da televisão portuguesa, para resolver problemas amorosos, afastar invejas, combater maus-olhados e iluminar o caminho de algumas equipas da NBA. Discutimos também a questão recorrente e polémica dos "2 for 1" no final dos períodos e vestimos ainda a pele do jogador mais azarado da liga: