O Deus da carnificina
 
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O Deus da carnificina

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O Deus da carnificinaNo sábado dia 23 de Março fui ver a inquietante tragédia cómica ou comédia trágica encenada pelo Diogo Infante, o Deus da carnificina. Esta peça é protagonizada em palco por dois casais, que se juntam para abordar uma desavença entre o os seus jovens filhos de dez anos.

Peça  Inquietante, pois como escreve o encenador na apresentação do espectáculo “Nada nos tira do sério ou potencia o nosso lado mais animalesco e protector, como uma investida sobre os nossos filhos.”

A determinada altura dei por mim a pensar se algumas situações dos jogos desportivos da formação, seja de que modalidade for, para alguns pais, não serão encaradas como uma investida sobre os seus filhos? Será que é por essa razão, que há situações em que alguns pais nos jogos de formação se envolvem à pancadaria?

Quando, no final da peça voltei a ler o texto de apresentação, houve uma frase que me fez lembrar uma situação vivida há alguns anos num jogo de basquetebol entre duas equipas do escalão de Sub-14 femininos, a que fui convidado a assistir.

A frase que me trouxe à memória a estória que vou narrar é a seguinte: “No fundo desejamos não ser nenhuma das personagens aqui retratadas, mas não nos conseguimos impedir de identificar com determinados comportamentos, que embora condenemos, nos são demasiadamente familiares.

Eis então a história. Já lá vão alguns anos, ainda era director técnico do minibásquete na federação, após uma actividade de minis realizada fora de Lisboa, fui convidado pela presidente do clube local a assistir um jogo de basquetebol. Ao lado da presidente do clube estava uma mãe, amiga da presidente, que furiosamente tricotava, olhando apenas de relance para o jogo. Do outro lado da bancada estava um grupo de pais, que intensamente vociferava e se manifestava, quase que a cada decisão dos árbitros. Já no final do jogo, a senhora que furiosamente tricotava ao meu lado, referindo-se aos pais da bancada oposta comentou em voz baixa: - As tristes figuras que eu às vezes faço.

Conto esta singela estória para apelar à reflexão, pois reconheço a vital importância dos pais e já escrevi e não me canso de repetir: “Temos de compreender que sem pais não há minibásquete, e os pais que proporcionam uma actividade desportiva aos seus filhos são uns verdadeiros heróis. Muitos têm que sair dos seus trabalhos para irem buscar os filhos à escola levarem-nos para os treinos num enorme dispêndio de tempo e energia. Se a este esforço associarmos o transporte aos fins-de-semana para os jogos e o facto de praticamente todos os praticantes de minis pagarem uma mensalidade, que ajuda a sustentar a existência dos clubes e do basquetebol, só podemos estar gratos aos pais."

 

 


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