Obrigado, Mário Barros
 
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altLer os posts do ilustre companheiro Mário Barros no facebook são com alguma frequência, dada a sua qualidade, feita de muita experiência e grande sabedoria, fontes de inspiração para os meus artigos no Planeta Basket. Uma ideia do excelente texto de Darrell Johnson,

divulgado pelo Mário Barros, logo me fez lembrar a minha mais recente publicação aqui no Planeta Basket: “Minibásquete um conceito perigoso”. Parafraseando logo a primeira frase do texto lembrei-me de escrever, quando estamos a falar principalmente de Mini-8, mas também de Mini-10 e até de Mini-12 que se estão a iniciar na modalidade, o erro mais grave que os treinadores cometem num treino de minibásquete dos escalões mencionados (não estou a falar dos Minis 12 com três, quatro ou mesmo cinco anos de prática) é negligenciar o desenvolvimento das capacidades coordenativas.

Com isto que fique claro que não estou a falar na menorização da aprendizagem dos fundamentos, mas estou a chamar a atenção para uma ideia, que há muito defendo, que é a ideia do desenvolvimento das capacidades motoras coordenativas como forma a facilitar a aprendizagem dos fundamentos, bem como utilizar os fundamentos da modalidade para ajudar a desenvolver as capacidades coordenativas.

Quantos são os casos de jovens, que por terem excelentes capacidades físicas e coordenativas chegam mais tarde à modalidade e tem sucesso? Mais sucesso que tantos outros que começaram bem mais cedo. Ainda bem recentemente a amiga Paula Seabra na sua entrevista relatava o seu caso.

O que adianta ensinar a jogar, se a criança mal sabe correr, mudar de direção, saltar, atirar ou receber uma bola. Normalmente essas crianças sentem-se com alguma frequência ostracizadas pelas outras, que na situação de jogo não lhes passam a bola, porque rapidamente compreendem que elas não vão conseguir agarrar ou receber a bola.

Quantas vezes já fui questionado e criticado por usar cadeiras e elásticos que me permitem ensinar a saltar, a desenvolver lateralidades, o equilíbrio, etc e depois de um conjunto e capacidades motoras melhoradas faço os mesmos exercícios com bola na mão o que me permite desenvolver o drible, as paragens as rotações e tudo isto completado com formas lúdicas e com competições, que são do agrado dos minis?

Quantas vezes já ouvi treinadores, e se calhar muitos dos que questionam as minhas formas de trabalhar, afirmar: “Eles nem sabem correr.” Nessas ocasiões tenho logo vontade de perguntar se esse é o problema, o que fizeste, que soluções arranjaste para resolver essa situação?

Obrigado, companheiro Mário Barros pelos teus alertas e pelo teu contributo para as minhas reflexões. Para ti e por teu intermédio para todos os amantes da modalidade, quer os que concordam com a minha forma de trabalhar, quer os que discordam, votos de umas felizes festas.

P.S. Podem ler aqui o texto de Darrell Johnson divulgado no Facebook pelo Mário Barros.

 

Comentários 

 
+2 #1 João Ribeiro 10-01-2024 06:50
A este respeito penso com clareza que muito do que se critica pode sempre ter duas origens: ignorància e má fé.
Na primeira havendo vontade e disponibilidade basta partilharcom os críticos argumentos científicamente e pedagogicamente validados sobre períodos críticos do desenvolvimento das capacidades físicas, nomeadamente as voordenativas. Mesmo os defensores do "que lá fora é que se trabalha bem" poderão sempre investigar sobre a perspetiva de desenvolvimento desportivo de países como a Espanha e Eslovénia para perceber o que as Ciências do Desporto há muito constataram. Até nas redes sociais essa ignorância pode ser minimizada com tanta partilha de formas de proporcionar um desenvolvimento harmonioso das capacidades coordenativas. No segundo caso basta constatar as incoerências entre o que se diz e escreve com o que se faz. E a esse respeito não há muito mais a dizer.
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