O Jamboree é um evento que tem uma magia própria, porque proporciona aos jovens uma oportunidade única de aprenderem e conviverem com minis de todas as regiões do país ,

ou seja o jamboree, na sua essência, é uma reunião de jovens que vai muito para além da aprendizagem do jogo ou da modalidade.

Qual o seu cargo na FPB?
Sou, desde Março de 2000, o Director Técnico do Comité Nacional de Minibásquete – CNMB, que é um organismo, no âmbito da captação e fomento da Federação Portuguesa de Basquetebol, responsável pelo desenvolvimento, articulação coordenação do Minibásquete, actividade de cariz educativa para crianças dos 6 aos 12 anos de idade.

Em que consistem as suas funções?
As minhas funções são decorrentes do objectivo fundamental do CNMB, que é promover e aumentar a importância social e cultural da prática desportiva do minibásquete, dando expressão nacional à sua prática de uma forma regular e contínua. Em termos práticos este conceito traduz-se por entre outras tarefas na elaboração e consecução de um plano de actividades anual, no qual para além das actividades desportivas estão previstas muitas acções de formação.

Quais as actividades previstas para 2008/09?
As actividades, dos eventos desportivos, da responsabilidade ou com colaboração do CNMB são as seguintes:

• 3º “Primeiro Cesto” – Coimbra, Outubro em data a indicar
• 9º “Memorial Prof. Mário Lemos” – Celorico de Basto (a confirmar) 5- 8 de Dezembro.
• 7º “Mega Convívio da Taça de Portugal” – Local a indicar 24 e 25 de Janeiro
• 4º “Mega Convívio do All Star” – Local a indicar 24 de Fevereiro
• 1º “Convívio Feminino Taça Portugal Femininos” – Local a indicar 14 – 15 de Março
• 15º Jamboree do CNMB – Santa Maria Açores – 26 de Março a 2 de Abril
• 16º Jamboree do CNMB – Paços de Ferreira – 27 de Junho a 4 de Julho

Sabemos que são efectuados "Jamborees", em que consiste este conceito?
O Jamboree é um evento que tem uma magia própria, porque proporciona aos jovens uma oportunidade única de aprenderem e conviverem com minis de todas as regiões do país, ou seja o jamboree, na sua essência, é uma reunião de jovens que vai muito para além da aprendizagem do jogo ou da modalidade.

Uma outra faceta importante deste evento, que tem sido decisiva no crescimento do minibásquete, reside no facto de durante uma semana se juntarem mais de uma dezena de treinadores de mini. A semana do jamboree vivida por todos intensamente, é um espaço de formação e troca de conhecimentos e experiências especial para todos os treinadores de mini. Há nomes principalmente aqueles que já foram monitores em vários jamborees, que são conhecidos de inúmeras gerações de mins que agora já surgem nos seniores. Estou falar de nomes como a Ana Luísa, Chris, Daniela Gomes, Diana Silva, Inês Peres, Patrícia Patrão, Daniel Nascimento, Fernando Brás, Grilo, Nuno Rodrigues “o Grosas”, Pedro Duarte, Ricardo Roseta e Sérgio Rosmaninho de entre os mais “antigos” e uma nova geração como Ana Machado, Ana Pinto, Lara Caldeira, Sandra Vieira, Filipe Folgado; Nuno Ribeiro e Rui Santos. Muito mais poderia referir, pois já passaram pelos jamborees mais de uma centena de monitores.

Como vê o panorama nacional, no que diz respeito ao minibásquete?
Historiar o que tem sido o desenvolvimento do minibásquete desde 2000, ano de reactivação do CNMB, daria para outra entrevista. Contudo, numa época de crise do associativismo, diminuição da população mais jovem e grandes dificuldades económicas, o minibásquete revela uma vitalidade digna de realce. Os clubes têm aderido ao projecto das Escolas de Minibásquete Portuguesas EMBP. O número de praticantes do minibásquete revela, nos últimos anos, um crescimento ao qual temos de estar atentos. Em 2005/06  havia 7092 minis inscritos e 54 clubes certificados como EMBP. Estes números aumentarem em 2006/07 para 9103 minis inscritos e 86 clubes certificados e em 2007/08 atingimos os 9715 Minis inscritos e 105 clubes certificados. As actividades desportivas cresceram, na maioria das Associações, exponencialmente. O minibásquete tem neste momento, fruto do envolvimento de muitas pessoas, pais, treinadores e dirigentes o seu espaço próprio no universo do basquetebol.

É curioso observarmos, que o minibásquete já não é, para alguns treinadores, apenas um espaço de aprendizagem e passagem para outros escalões. Já existem treinadores, como por exemplo João Cortez Vaz, Pedro Rojão, Sandra Batista, Fernando Grilo, Lurdes Miranda, que se mantém ligados ao minibásquete, há vários anos. Verifica-se a preocupação, em alguns clubes, de colocarem pessoas experientes na coordenação do minibásquete, como por exemplo Henrique Santos a fazer um bom trabalho no Bolacesto.

À satisfação de verificar, que apesar das dificuldades, o movimento do minibásquete tem sabido encontrar caminhos que conduzem à captação do interesse dos mais jovens, junta-se uma forte preocupação, que resulta do facto de arranjar estratégias e soluções, que não levem ao abandono precoce da prática, como sabemos que acontece.

Se pudesse deixar uma mensagem para as inúmeras pessoas que estão ligadas ao minibásquete, qual seria?
Quando mencionamos nomes há sempre o risco de nos esquecermos de pessoas que pelo seu contributo também merecem indubitavelmente uma referência. Para finalizar gostaria de transmitir aqui três ideias:

Ensinar crianças requer muito trabalho, um enorme prazer na actividade de educar e acima de tudo grande paciência, mas não pedimos nós às crianças que sejam persistentes e tenham paciência no longo processo da aprendizagem?
No minibásquete o mais importante são as crianças e sempre que passamos pela vida de uma criança deixamos uma marca. O fundamental é que essa marca seja positiva.
 
Finalmente quero elogiar a todas as pessoas que longe das luzes da ribalta se preocupam verdadeiramente com formação dos mais novos. O proporcionarmos vivências positivas que ficam na memória das crianças é o maior elogio que podemos ter.