Estava a dirigir um jogo do Sporting de Lourenço Marques e a meio da 2ª parte o Mário já ia com 93 pontos marcados! Achei por bem (?) dar-lhe descanso, pois dentro de dias havia (?) um jogo importante e substitui-o…..!
Há quem diga, ou tivesse pensado (?), que eu o fiz para ele não bater o meu record de 115 pontos que ainda hoje se mantém, num jogo de seniores, e para o qual eu tive de ser tão inteligente, pois sabia que na América o máximo (acho que ainda é) pertencia ao Chamberlein com 100 pontos.
Inteligente, sim, pois no jogo em que cometi esse feito era jogador - treinador e dei instruções aos meus jogadores e companheiros de equipa que quem não me passasse a bola …… era substituído!
No jogo final do campeonato do Mundo de companhias aéreas, os americanos, como sempre, eram os melhores. Mas foram para os quartos de final ainda com os copos na mão de uma farra que fizeram e os Jugoslavos, a actuar em casa eliminaram-nos para depois saírem derrotados por nós.
O nosso adversário na final foi a Islândia. À hora do jogo, o Mário veio-me dizer que estava com uma crise de "hemorróidas" e que mal podia andar. Quando faltavam dois minutos para o intervalo estávamos a ganhar por quatro pontos e eu chamei-o. Disse-lhe:
- Vais para a cabeça do "garrafão", passam-te a bola, fintas para um lado e fazes uma ganchada (em que ele, como em tudo, era perito) e passas para os seis pontos. A seguir dás a entender a quem te está a marcar que vais fazer o mesmo, mas desta vez tentas com a mão esquerda a mesma jogada ….. e Bingo!
O intervalo chegou a ganharmos por oito pontos e como não havia na altura os 30 (24) segundos, a segunda parte foi jogada a segurar a bola e a lançar só pela certa.
Acabamos campeões do Mundo com uma vitória final por 4 pontos de diferença, mas as ganchadas do Mário é que deviam ir para uma "galeria de honra".
Luís Pina